Captura do pescado sobe para mais de 250 mil toneladas

     Economia           
  • Luanda     Quarta, 03 Novembro De 2021    15h16  
Sector pesqueiro é um dos que mais contribuiu positivamente para a variação do PIB (Foto ilustração)
Sector pesqueiro é um dos que mais contribuiu positivamente para a variação do PIB (Foto ilustração)
Anabela Fritz

Luanda – Os níveis de captura da pesca artesanal, semi-industrial e industrial em Angola aumentaram para 258 mil 986 toneladas de diversas espécies, no primeiro semestre deste ano.

Isso representa um aumento de mais de 100 por cento em relação ao período homólogo de 2020, em que foram pescadas 165 mil 841 toneladas, de acordo com a secretária de Estado para as Pescas, Esperança da Costa.

Do total pescado nos primeiros seis meses de 2021, a maior quota recaiu aos segmentos da pesca semi-industrial e industrial, que contabilizou 147 mil 833 toneladas (incremento de 24%), contra 122 mil 223 toneladas do mesmo período do ano anterior. 

Consta também do total de captura 110 mil 359 toneladas (aumento de 67%) da pesca artesanal marítima, superando a safra homóloga do ano passado, que contabilizou 43 mil 025 toneladas. 

A pesca artesanal continental (feita nos rios) registou perto de 794 toneladas (crescimento de 20%), contra 593 toneladas do período homólogo do ano transacto. 

Em entrevista à ANGOP, a propósito do desenvolvimento da actividade pesqueira em Angola, a fonte revelou que o aumento do volume de captura do pescado nos primeiros seis meses de 2021 permitiu ao sector contribuir com 8% para o Produto Interno Bruto (PIB), superando o ano económico de 2020, que foi de apenas 2,7 por cento. 

Quanto à produção anual, em 2020, a pesca artesanal continental somou 354 mil 371 toneladas, a industrial (199 mil 526), a artesanal marítima (112 mil 246) e a semi-industrial (32 mil 821 toneladas), totalizando 586 mil 718 toneladas, contra 377 mil 872 toneladas do exercício económico de 2019. 

Porém, mesmo com o aumento da produção dos recursos pesqueiros no país, Esperança da Costa reconhece a existência de uma ligeira subida dos preços do pescado angolano, factor influenciado pela conjuntura macroeconómica do país. 

Com uma capacidade de captura que varia entre 300 mil a 400 mil toneladas de pescado por ano, as necessidades do país são estimadas em 550 mil toneladas de diversas espécies, segundo fonte do Ministério da Agricultura e Pescas (Minagrip). 

Além da produção nacional, Angola ainda importa cerca de 80 mil toneladas (bacalhau seco, filetes congelados e enlatados) anualmente, visando equilibrar a demanda entre a oferta e a procura do pescado no mercado interno. 

Segundo a secretária de Estado para as Pescas, este ano, o sector prevê ultrapassar a meta das 398 mil toneladas de pescado prevista inicialmente, tendo em conta o aumento substancial dos níveis de captura registados no primeiro semestre do corrente ano. 

De acordo com a Lei nº 6-A/04, de 08 de Outubro, Lei dos Recursos Biológicos Aquáticos, e as Medidas de Gestão das Pescarias Marinhas, da Pesca Continental, da Aquicultura e do Sal, anualmente, os operadores devem paralisar as suas actividades nos períodos de veda (paragem biológica), visando garantir a preservação e gestão sustentável dos recursos pesqueiros e do ambiente marinho. 

A título de exemplo, os períodos de veda de camarão de profundidade decorre de 1 de Janeiro a 28 de Fevereiro, do cachuchu e da corvina (demersais) de Fevereiro a Abril, enquanto do carapau e caranguejo acontece de Julho a Agosto.

Com uma extensão de mil 650 quilómetros, a orla costeira de Angola tem uma Zona Económica Exclusiva (ZEE) de 200 milhas náuticas, a partir da linha de base, caracterizada, em geral, por uma elevada produtividade biológica. 

 



Tags



Notícias de Interesse

+