CEIC prevê recessão económica na ordem 1,98 % em 2021

     Economia           
  • Luanda     Terça, 31 Agosto De 2021    20h08  
Revisão do IVA poderá ajudar a alavancar o tecido empresarial do país
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Tarcísio Vilela

Luanda - O Centro de Estudos de Investigação Científica da Universidade Católica de Angola (CEIC/UCAN) prevê uma recessão da economia angolana na ordem de 1,98 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) para 2021, prevendo um crescimento em 2022 de 1,54%.

 Estas perspectivas foram elaboradas com base no modelo estrutural existente no CEIC, denominado “Moducan - modelo macroeconómico”, tendo em conta que a economia angolana é bastante aberta com rácio exportação do PIB acima de 50%.

 Incluiu-se no modelo, as equações da balança de pagamento, incorporando as equações do modelo de mundell-fleming de uma pequena economia aberta . 

No relatório, o CEIC/UCAN justifica que o comportamento da produção e do preço do barril são dois pressupostos comuns a todas as previsões, embora de valorações diferentes.

 O secretário de Estado da Economia, Mário Caetano João, que testemunhou o acto, disse que foi um resultado do exercício do CEIC, mas realçou que o Governo continua com as suas previsões e a observar estudos de outras instituições internacionais.

 Em relação às questões levantadas sobre o sector da agricultura, em seu entender são razoáveis, existem inúmeros desafios.

 Realçou que os desafios podem ser respondidos pelo Prodesi, que dividiu a matéria da agricultura em cinco vertentes principais: a componente do financiamento, produtividade, acesso ao mercado interno, mercado externo e capacitação”.

 “Sobre a perspectiva da economia para 2021, temos pouco a comentar porque de facto o sector petrolífero está a passar os desafios na produção, que fazem com que a nossa produção esteja a rondar a 1.1 milhão de barris/dia”, referiu o secretário de Estado.

 Por outro lado, destacou que há abordagens operacionais que estão a trazer alguns resultados, onde cerca 50% dos operadores económicos que recorreram à banca viram os seus projectos aprovados. Todos avaliados em 700 mil milhões de kwanzas.

 De acordo com o responsável, existe muito financiamento para o sector primário (Agricultura) e secundário (indústria).

 Destacou os resultados da campanha agrícola, que segundo o gestor, permitiu um crescimento no ano transacto de 5.6% e resultados, no qual o primeiro trimestre deste ano, indica um crescimento de 3%.

 Por sua vez, a reitora Interina da Universidade Católica, Maria Helena Miguel, sublinhou que o relatório apresenta a situação económica de Angola em geral, que tem por finalidade partilhar com a sociedade resultados sobre uma matéria de interesse social, no intuito de facilitar a compreensão objectiva dos diversos comportamentos, mudanças e fenómenos sociais que uma matéria proporciona ou sugere.

 Realçou que, apesar da Covid-19 o CEIC/UCAN conseguiu manter a regularidade da divulgação do relatório.

Já o director do CEIC, Alves da Rocha, sublinhou que o relatório foge ao tradicional, tendo três capítulos com a perspectiva para o futuro, onde temas como dívida pública, movimentos da economia monetária, e sobre a diversificação poderão deixar de existir.

 Frisou que o relatório apresenta modelos de desenvolvimento, bem como procura fazer uma análise histórica dos ciclos económicos desde 1990.

 De acordo com o relatório, o processo de diversificação em Angola só tem sido visualizado e analisado na estrita óptica produtiva e económica "tout court" e não na perspectiva das transformações na formação social angolana.

 “Diversificar para produzir, diminuir as Importações, aumentar os lucros e propiciar divisas é isso o essencial da diversificação na óptica do Governo e da quase totalidade dos empresários”, refere o documento.  

 O relatório indica que a economia nacional e o seu sistema produtivo estão em zonas de desperdício de recursos, sendo a taxa de desemprego da força de trabalho 32% - indicador mais expressivo.  

 Refere ainda que quando 55% dos jovens não conseguem encontrar emprego, prosseguir com políticas que verdadeiramente não afectam o nível geral de actividade, significa que toda uma geração pode estar condenada.





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