Degradação de estrada retém transporte de madeira do Alto Zambeze

     Economia           
  • Moxico     Quinta, 14 Abril De 2022    13h00  
Madeira
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Kinda Kyungu

Luena – Mais de cinco mil metros cúbicos de madeiras encontram-se retidos no município do Alto Zambeze, província do Moxico, devido ao elevado estado de degradação da Estrada Nacional (EN) 250 que liga ao Luau/Cazombo.

A informação foi prestada hoje à ANGOP, pelo presidente da Associação Provincial dos Madeireiros do Moxico, Frederico Salvador, informando que os cinco mil metros cúbicos de madeiras foram explorados no ano florestal passado, mas a Administração Municipal local interditou a sua transportação para evitar piorar a degradação da via.

Segundo o responsável, o facto tem provocado constrangimentos no âmbito da planificação nos investidores deste sector, numa altura em que grande parte das 27 empresas licenciadas, no transacto acto florestal, explorou a madeira naquela região.

Aliado a este problema, disse que, não obstante o diálogo mantido entre os empresários do ramo com o Ministério da Agricultura e Florestas e a Polícia Nacional (PN), sobre a modalidade de transporte da madeira para as zonas de comercialização, disse que os associados continuam a enfrentar embaraços nos postos de controlos policiais.

“Os municípios do Muconda e Saurimo, na província da Lunda Sul, são as principais zonas de constrangimentos, obrigando à desistência de muitas empresas de transporte desta actividade, apesar de agirem na legalidade”, lamentou.

Para se contrapor a situação, a associação prevê mudar de rota, utilizando o corredor de Benguela para a transportação da matéria.

Quanto ao balanço das actividades desenvolvidas no passado ano florestal, disse que apenas foram explorados cinco mil dos 19 mil metros cúbicos de áreas disponibilizadas.

A baixa na exploração deve-se, segundo fez saber, pelo desinteresse dos empresários à espécie de madeira permitida para a explorar, tendo em conta o pouco valor económico que possui no mercado.

Conforme o responsável, a espécie da madeira mais cobiçada pelos investidores continua a ser o Mussive, face ao seu valor no mercado internacional, tendo em conta a sua qualidade e durabilidade, concorrido nos sectores imobiliário e da construção civil.

Face a proibição exploração do Mussive, desde 2018, pelo Executivo para permitir a sua reflorestação, os madeireiros têm apostado numa outra espécie conhecida por “Kakulakula ou Girassonde”, encontrada na floresta do Alto Zambeze, segundo fez saber, destacando a China, Vietname, Dubai e países europeus, como principais destinos.





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