Complexo Carrinho quer auto-suficiência na produção de bens

     Economia           
  • Benguela     Sexta, 06 Agosto De 2021    18h52  
Produto do Grupo Carrinho
Produto do Grupo Carrinho
Cedida

Lobito - A produção de açúcar, farinha e óleo de soja, no prazo de 24 meses, consta dos objectivos e metas do Complexo Industrial Carrinho, no âmbito do Programa de Apoio a Produção, Diversificação das Exportações e Substituição das Importações (PRODESI), soube Angop, esta sexta-feira.

 

 

Segundo o seu porta-voz, Lisandro Filipe, a empresa beneficiou, para o efeito, de um suporte financeiro do Governo angolano, através do Banco de Desenvolvimento de Angola (BDA), na ordem de 113 milhões de euros, correspondente a 32,84 por cento do custo total, para toda a componente referente a importação dos equipamentos.

“A componente local, incluindo os trabalhos de infra-estruturas e construção civil, será com financiamento do Banco de Fomento de Angola (BFA) e por capitais próprios”, enfatizou.

Lisandro Filipe acrescentou que, para alcançar este desiderato, a empresa vai contar com uma fábrica de extracção de soja, para produzir quatro mil toneladas do produto ou duas mil toneladas de girassol por dia.

Para a refinação de açúcar, contará com uma fábrica, com capacidade de três mil toneladas/dia, enquanto que para a glucose, terá outra de 500 toneladas/dia.

Contará ainda com uma central de silos, com capacidade de armazenar 300 mil toneladas e um centro de distribuição de 50 mil metros cúbicos.

Sobre a proveniência do equipamento, afirmou que virão da Itália, através da empresa Andreotti, da Alemanha, pela BMA, e de Portugal, pela Tecnimil.

Estas empresas são as responsáveis pelas empreitadas do projecto e já fizeram estudos de natureza técnica, de engenharia económica e comercial.

“O projecto vai proporcionar mil postos de trabalho directos, além de um número significativo de postos de trabalho indirectos, a médio e longo prazo” garantiu o porta-voz.

Questionado sobre a aquisição da matéria-prima, afirmou que será feita através da sua filial Carrinho Agri, que está neste momento num processo de fomento da produção agrícola nacional junto a algumas fazendas.

Em função disso, explicou que está também a fornecer apoio técnico e aconselhamento face aos tipos de sementes a produzir.

“A nossa estratégia  de agregar valor à produção local já faz com que 80 por cento do nosso material de embalagem seja comprado no território nacional”, revelou.

Quanto ao escoamento dos seus produtos, contou que é feito através de lojas próprias pertencentes a filial Carrinho Comércio e já  estão presentes em 16 das 18 províncias do país.

Em 2019, a direcção da Carrinho assinou um protocolo com o Caminho de Ferro de Benguela (CFB) para a construção de um ramal ferroviário para o interior das fábricas, que segundo Lisandro Filipe já se encontra em 90 por cento da sua fase de execução.

O seu objectivo é transportar a matéria-prima do Porto para o Complexo e o escoamento do produto acabado ao longo da extensão da linha do CFB.

No mesmo dia, outro protocolo foi igualmente assinado com o Porto do Lobito, com a finalidade de harmonizar as operações de forma a partilhar sinergias e ganhar eficiência em todo o processo logístico, segundo Lisandro Filipe.

O Complexo industrial Carrinho, localizado no bairro da Taka, em Benguela,  conta neste momento com três mil e 600 colaboradores.





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