Luanda – A realização da III edição da Conferência Espacial de África 2024 (NewSpace Africa), o maior evento espacial do continente africano que Angola acolheu, pela primeira vez, constituiu a principal manchete da área económica da ANGOP, nesta semana que hoje, sábado, termina.
Durante quatro dias de conferência, os participantes reflectiram e debateram, entre diversos temas, ‘O papel da tecnologia do espaço no combate à pobreza no continente africano', tendo em conta o potencial transformador da tecnologia espacial em questões ligadas à agricultura, saúde e segurança.
O evento, que decorreu no Centro de Convenções de Talatona, em Luanda, serviu, também, para o Governo angolano demonstrar os reais benefícios e o potencial do Angosat-2, com a expansão dos serviços de Internet a mais de dez mil habitantes da comuna de Muangai, província do Moxico, através do projecto ‘Conecta Angola'.
Esse projecto, que também já está a beneficiar as populações das comunas de Belo Horizonte (Bié), Canzar (Lunda-Norte), Jamba Cueio (Cuando-Cubango), bem como às províncias da Lunda-Sul e de Luanda, visa fornecer serviços de Internet às áreas remotas e carentes do país, assim como reduzir a exclusão digital e promover o desenvolvimento socioeconómico das comunidades.
Além disso, a conferência permitiu, igualmente, a assinatura de dois protocolos de cooperação rubricados entre o Gabinete de Gestão do Programa Espacial Nacional (GGPEN), a empresa de telecomunicações MSTelcom e a Universidade do Gana, com vista à expansão da disponibilização e utilização dos serviços do satélite angolano (Angosat-2).
Em função dos resultados obtidos na NewSpace Africa, o ministro das Telecomunicações Tecnologias de Informação e Comunicação Social, Mário Oliveira, considerou positivo a organização deste certame em Angola, pois a experiência adquirida ao longo dos quatro dias de conferência foi de extrema importância para os angolanos envolvidos no ecossistema das telecomunicações, facto que servirá para trabalhar no desenvolvimento socioeconómico do país.
No final do encontro, o ministro reiterou o compromisso do Governo angolano trabalhar no desenvolvimento do programa espacial e das infra-estruturas de telecomunicações, com vista a apoiar o crescimento económico do continente africano.
Organizada pela Space in África, em parceria com a União Africana e o Gabinete de Gestão do Programa Espacial Nacional (GGPEN) de Angola, a III edição da NewSpace Africa contou com a participação de 600 delegados, entre nacionais e internacionais, com destaque para a presença de representantes das maiores agências espaciais do mundo.
O certame, que reúne decisores, representantes de Governos, líderes de academias e da indústria espacial africana, contou também com stands de produtos tecnológicos da NASA (Agência Espacial dos EUA), da Agência Espacial Europeia (ESA), da SANSA (África do Sul) e da KSA (Quénia), bem como da Rússia e da China.
Ainda ao longo desta semana, constituiu igualmente destaque a entrada em funcionamento da Central Fotovoltaica de Saurimo, inaugurada na província da Lunda-Sul, pelo ministro da Energia e Águas, João Baptista Borges, que disse que o país vai poupar quase três mil milhões de kwanzas em combustíveis fósseis.
Esse parque de painéis solares conta com uma capacidade para gerar 26.13 megawatts (MW) de energia eléctrica, o que permitirá beneficiar mais de 170 mil famílias.
A infra-estrutura, orçada em 38,8 milhões de euros, comporta 44.850 painéis solares e vai produzir mais de 49.000 MWh/ano.
À semelhança da Lunda-Sul, a província de Cabinda também tem em construção o seu parque fotovoltaico e outros projectos estruturantes do sector eléctrico, que vão assegurar a autonomia no fornecimento de electricidade a nível provincial, segundo garantiu o secretário de Estado para a Energia, Arlindo Carlos.
No domínio industrial, o destaque recaiu para o lançamento de uma linha de montagem de tractores agrícolas (120 tractores por mês) e máquinas industriais da empresa AGRO-CERESPEC, no quadro da extensão do seu negócio e do contributo à diversificação da economia do país.
Segundo o director comercial da empresa, Francisco Kinjango, a fabricação de origem turca resulta de um investimento, numa primeira fase, de cinco milhões de dólares.
Outra nota de realce da semana económica foi o anúncio da disponibilização de 119 novas vagas de emprego, em diversas especialidades, por parte da Sociedade Mineira do Luele, com objectivo de reforçar a mão-de-obra existente e dinamizar os trabalhos na mineradora.
Nesta semana também destacou-se o facto do Banco Nacional de Angola (BNA) agregar a taxa de câmbio e o crescimento real do Produto Interno Bruno (PIB) no Inquérito 1 sobre as expectativas de inflação referente ao mês de Março último.
O respectivo inquérito, a ser preenchido pelas instituições empresariais, agentes económicos e público em geral, deve ser submetido ao BNA até ao dia 10 de Abril.
Outro destaque foi a inauguração de um centro comercial no município do Cazenga, no distrito urbano do Hoji Ya Henda, num investimento de oito milhões de dólares norte-americanos, que resultou na criação de 800 postos de trabalho.
A infra-estrutura, erguida num espaço de cinco mil metros quadrados, conta com 260 lojas comerciais, parque de estacionamento, de lazer, restauração, entre outros. OPF/QCB
