Chitembo – O secretário de Estado dos Recursos Minerais, Jânio Correia Victor, visitou nesta quarta-feira a aldeia do Lupuepué, comuna de Soma Kwanza, município do Chitembo, na província do Bié, uma zona de conflitos entre a população local e a cooperativa mineira Tchitembo Tchalaza Diamont.
No início dos trabalhos de exploração de diamantes, em 2014, a cooperativa havia prometido à população construir uma escola, posto de saúde, casa para o regedor, empregar a juventude e terraplenar a via de acesso, compromissos até agora não cumpridos.
Face à insatisfação, em Abril deste ano, a população invadiu o perímetro da empresa, na tentativa de ocupar um espaço para também dar início ao processo de forma artesanal de garimpo, com enxadas, catanas, machados, pás, peneiras e outros instrumentos.
A situação gerou confrontos entre a força de segurança da empresa e a população, originando ferimentos ligeiros aos invasores.
O secretário de Estado Jânio Correia Victor, que intermediou o processo de pacificação entre as partes, assegurou não haver mais conflitos, a julgar pelos acordos chegados.
Realçou que a responsabilidade da prospecção e produção de diamantes vai permanecer com a cooperativa, enquanto a população vai continuar a dedicar-se à agricultura e pecuária.
De acordo com o representante da regedoria comunal, Artur Mulanda, o que se quer é que a empresa cumpra apenas com o prometido, ou seja empregue a juventude e construa equipamentos sociais na localidade, que dista a 300 quilómetros do Cuito.
Já o presidente do conselho de administração da cooperativa, João António Luís, sublinhou estar já criada uma comissão que vai identificar os principais problemas que afligem os locais, para posteriormente desenvolver o apoio social, para além da construção de duas pontes metálicas sobre os rios Kwanza e Cutuco, para facilitar a circulação no troço.
A empresa controla 359 trabalhadores, destes 179 são jovens residentes da comuna do Soma Kwanza.
O vice-governador para o sector político, social e económico do Bié, António Manuel, que integrou a comissão, condenou o incumprimento da empresa, uma vez a região carecer de quase tudo.
Na província do Bié estão controladas 15 cooperativas de exploração de diamantes, das quais cinco em produção, quatro em prospecção e seis inoperantes por dificuldades financeiras.
As mesmas localizam-se nos municípios do Andulo, de Nhãrea, da Camacupa e do Chitembo, agregando 885 trabalhadores.