Covid-19 faz disparar serviço de take-away

     Economia           
  • Luanda     Domingo, 27 Junho De 2021    09h45  
Interior de um restaurante que faz, entre outros, serviços de take way
Interior de um restaurante que faz, entre outros, serviços de take way
António Tavares

Luanda - O serviço de entrega de refeições ao domicílio, prestado pelos restaurantes, bares e similares, está a ganhar espaço na província de Luanda, desde a adopção das medidas do Decreto Presidencial sobre o Estado de Calamidade Pública, em Março de 2020, devido a pandemia da Covid-19.

Por Denilson de Jesus

O aumento das solicitações dos chamados serviços de Take-away, que incluem, em concreto, comidas, refrigerantes e bebidas alcoólicas, deve-se, essencialmente, ao facto de estes espaços estarem proibidos de abrir as portas aos fins-de-semana, desde o último dia 10 de Maio.

No âmbito das novas medidas impostas pelo Executivo angolano para prevenir novos casos de Covid-19, estes estabelecimentos estão autorizados a trabalhar apenas de segunda a sexta-feira, das 06 às 18 horas para atendimento presencial, e até às 22 horas para serviços de entrega ao domicílio.

Com essas medidas restritivas, os níveis de venda no interior dos restaurantes, bares e similares registam clara queda, devido à diminuição do número de tradicionais consumidores, facto que leva  muitos clientes a optarem, sem vacilar, pelos serviços de entrega ao domicílio.

O Cabrité do Mengú, por exemplo, no mercado luandenses há dois anos, tem serviço de entrega já a um nível de 70 por cento, havendo cada vez mais pessoas a aderir aos seus take-aways.

Segundo Victor Baptista, proprietário daquele espaço, diariamente fazem a entrega de 25 a 30 pedidos, maioritariamente a moradores do Nova Vida, Talatona, Kinaxixi, Kilamba e Patriota.

A onda crescente dos pedidos obrigou a casa a recrutar de imediato mais jovens para fazerem o trabalho de entrega, com recurso a motorizadas, conta o gestor, sem se referir à média de receitas conseguidas.

Apesar dos "bons ventos" do negócio, o empreendedor aponta como dificuldades, nesta actividade de entrega de refeições, o facto de muitas entregas serem feitas no período nocturno.

A falta de iluminação pública em algumas vias e os buracos nas estradas são situações que, no seu entender, condicionam a integridade física dos motoqueiros e podem prejudicar o negócio.

"Mergulhado" na mesma estratégia, Massoxi Bandeira, de 30 anos de idade, sócio-gerente da Churrasqueira Wawaba, subscreve que o serviço de entrega tem ganhado notoriedade em Luanda, em tempo de Covid-19, mesmo com as restrições impostas pela pandemia.

A fonte revela que para atender os seus clientes ao domicílio, teve que firmar contrato com uma empresa de motoqueiros, enquanto forma três jovens para trabalharem com o dispositivo de localização (GPS), a fim de verificarem os pontos geográficos dos solicitantes.

Admite que o serviço, nesta época de limitações, tem ajudado a manter o negócio de muita gente, sendo os dias de maior facturação a sexta-feira de noite até domingo, em que estão proibidos de abrir.

A propósito da crise no mercado da restauração, o presidente do Conselho de direcção da Associação dos Hotéis e Risorts de Angola (AHRA), Ramiro Barreira, informou, recentemente, que o sector hoteleiro perdeu entre 50 a 70 por cento de postos de trabalho, durante o período de restrições.

Porém, afirmou que, actualmente, já se começa a registar um ligeiro alívio, fruto do regresso gradual dos profissionais do sector aos seus locais de trabalho, sem precisar números concretos.

Sublinhou que já há retoma gradual da actividade hoteleira no país, fruto do alívio de algumas medidas de prevenção e reabertura das unidades hoteleiras.

A AHRA, criada em 2015 por empresários do ramo hoteleiro, conta, actualmente, com 400 membros representados nas 18 províncias do país.

A organização visa defender os interesses da classe, criando a unidade e coesão necessárias para vincar as suas posições numa base de profunda convicção de que é possível desenvolver um turismo atractivo, sustentável e de qualidade em Angola.

AHRA foi admitida, a 7 de Junho de 2017, como membro da Organização Mundial de Turismo, abrindo-se novas perspectivas e oportunidades na actividade da Associação.





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