Camponeses sem capacidade para custear cultivo mecanizado de terra

     Economia           
  • Cuanza Norte     Sexta, 20 Agosto De 2021    17h46  
Equipamento para agricultura mecanizada
Equipamento para agricultura mecanizada
Aurélio Janeiro/arquivo

Ndalatando - Os elevados preços cobrados pelos empresários para o cultivo mecanizado de terra está a dificultar os camponeses da província do Cuanza Norte, no aumento da produção agrícola.

Esta preocupação foi manifestada à Angop, esta sexta-feira, pelo director do Gabinete Provincial da Agricultura, Pecuária e Pesca, Manuel Fernandes, adiantando que essa situação está obrigar os camponeses ao cultivo manual dos campos.

Informou que a sua instituição está a sensibilizar os agentes económicos detentores de máquinas agrícolas, no sentido de baixarem os preços praticados, que variam entre 90 mil a 100 mil kwanzas/hectare, a fim de beneficiar igualmente as famílias camponesas vulneráveis.

Disse que a incapacidade financeira das famílias para custear os serviços de mecanização está na base da fraca produção dos camponeses locais, dificultando a auto-suficiência alimentar e a criação de excedentes para o mercado.

 Manuel Fernandes frisou que no ano transacto o Executivo, através do Ministério da Agricultura e Pescas, vendeu aos empresários do sector, a preços bonificados, 40 tractores com respectivas charruas e alfaias, razão pela qual não entende os altos valores cobrados pelos serviços de preparação de campos agrícolas.

“A província precisa de mais mecanização de terra, porque os dados que conseguimos ter dão conta que a área de produção por família é muita pequena, estimada em 1.3 hectare”, frisou.

O responsável frisou que para o ano agrícola 2021/2022 a província perspectiva a preparação de 25 mil hectares de terra aráveis, dos quais apenas seis mil serão mecanizados e 19 mil lavrados manualmente, com o envolvimento de 19 mil famílias.

A colheita estimada para o mesmo ano é de 350 mil toneladas de produtos diversos, com realce para a mandioca.

O mesmo sugere que a mecanização dos campos agrícolas devia ser entregue ao Ministério da Agricultura, através do Instituto de Desenvolvimento Agrário (IDA), como era feito anteriormente, com vista a uma melhor coordenação na preparação de terras.

Na época agrícola 2020/2021 a província alcançou uma colheita estimada em 180. 000 toneladas de produtos  diversos, com destaque para a mandioca com 150. 228 toneladas.

Dezoito mil 532 famílias estiveram envolvidas na referida campanha agrícola, em que foram cultivados 23.300 hectares de terra, sendo 5.210 mecanizados e 18.090 preparados manualmente.





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