Comércio trabalha na formalização do sector informal em Cuanza Norte

     Economia           
  • Cuanza Norte     Quinta, 27 Maio De 2021    18h17  
Produtos agrícolas num mercado informal
Produtos agrícolas num mercado informal
Pedro Parente

Ndalatando - O Gabinete para o Desenvolvimento Económico Integrado do Governo Provincial do Cuanza Norte está a realizar um levantamento para formalizar o comércio informal na região.

De acordo com o director Fernando Mesquita, o trabalho está previsto no Programa  de Reconversão da Economia Formal em Informal do Ministério da Economia e Planeamento, em que os principais alvos são os cidadãos que trabalham em feiras, mercados, motoqueiros e engraxadores.

O responsável explicou à ANGOP que este processo sobre  “Organização do sector e oferta de bens e serviços” encontra-se em fase inicial. Esta etapa consiste em trabalhos de sensibilização e educação dos comerciantes sobre as vantagens de ser formal, pagar impostos, ter uma conta bancária e formação sobre educação financeira e gestão.

 O trabalho, segundo o gestor, está a ser  desenvolvido em colaboração com as administrações municipais e as feiras, assim como a Administração  Geral Tributaria  para o levantamento do número de feirantes e quitandeiras.

Disse que o comerciante que não aderir ao programa no futuro poderá ter dificuldades em alargar o negócio e o processo para a formalização será mais caro.

Em relação à oferta  de bens e serviços,  Fernando Mesquita disse que existe na província uma variação bastante desequilibrada, principalmente, em matérias de construção civil.

Informou que, com base numa pesquisa realizada pelo sector, concluiu-se que o problema de desequilíbrio é nacional e depende do fornecedor de cada comerciante.

A nível dos produtos da cesta básica, considerou que, apesar de não existir muita disparidade na oferta/preço, o equilíbrio podia ser melhor.

“O preço dos produtos da cesta básica estão bastante elevados e há um impacto social negativo”, considerou.

Em relação à fiscalização de preços, disse que a província pode ter uma produção suficiente, mas existem constrangimentos, desde a produção até à transportação, devido à problemática das vias de acesso que não estão em bom estado.

Fernando Mesquita indicou que os  preços também tem a ver com os factores de produção, porque a província não produz fertilizantes e apesar de o Estado subsidiar os preços ainda não são aceitáveis.

Outra questão tem a ver com a falta de indústria transformadora para equilibrar a importação, porque, apesar de haver proibição para alguns produtos, a província ainda continua a importar muitos bens.

Acredita que com a estratégia do Executivo angolano de importação de produtos a granel vai contribuir para a redução dos preços.

Disse que a actividade comercial na província se caracteriza mais pelo comércio retalhista, meio precário, exercida maioritariamente por estrangeiros.

Actualmente, estão licenciados 1 839 comerciantes na província, dos quais 27 exercem o comércio a grosso, dois no comércio geral e os outros são retalhistas ou oferecem pequenos serviços.





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