Cuanza Norte: Cooperativa de ex-militares investe no cultivo do algodão

     Economia           
  • Cuanza Norte     Quinta, 15 Abril De 2021    15h33  
Produção de hortícolas
Produção de hortícolas
Pedro Vidal/Arquivo

Ndalatando - A cooperativa agrícola de ex-militares “NAQ-Ngola Kiluanje”, na comuna de Massangano, município de Cambambe, província do Cuanza Norte, prevê investir, este ano, inicialmente, 200 mil dólares americanos no cultivo de algodão, visando incremento da produção dessa matéria-prima para a industrial têxtil.

O facto foi anunciado hoje, à ANGOP, pelo consultor da referida cooperativa, Nelson Osvaldo Manuel, explicando que estão já preparados 400 hectares de terra para o cultivo de algodão e cujo plantio começa em Maio deste ano.

Referiu que a iniciativa, será implementada com fundos próprios da cooperativa, pretende contribuir para o reforço da cadeia produtiva do algodão e assegurar fornecimento de matéria-prima para o funcionamento à fábrica de tecidos “Satec”. A indústria retomou a sua produção em Março último no Dondo, após 25 anos de paralisação.

A cooperativa já recebeu da “Satec” uma proposta de compra futura de algodão e está, nesse momento, a negociar com a empresa a possibilidade de apoiar os camponeses com sementes e equipamentos de plantio, colheita e pulverização.

Segundo o representante do grupo empresarial Boabad, que gere a Satec,  Laurence Zlattnerante, a unidade fabril prevê adquirir perto de 500 toneladas métricas de algodão/mês, a partir do Zimbabwe, Malawi e da África do Sul, para assegurar a produção.

O grupo quer que, a curto prazo, esta matéria seja de produção local, em substituição da importação.

Criada a cinco anos, mas legalizada apenas em Fevereiro deste ano, a cooperativa agrícola “NAQ-Ngola Kiluanje”, possui 1.177 hectares de terra, 640 dos quais cultivados.

Constituída maioritariamente por ex-militares, a cooperativa integra 114 camponeses que se dedicam a produção de soja, milho, feijão, batata-doce, batata-rena, banana, e horticultura e desenvolve também actividades de pesca artesanal.

Na campanha agrícola 2019/2020, a mesma colheu 147 toneladas de produtos diversos e perspectiva para este ano alcançar uma safra de perto de 600 toneladas.

 Nelson Manuel referiu que a cooperativa vai, na próxima época agrícola, alargar as áreas de cultivo, com vista o incremento da produção.

Explicou que o aumento das zonas de produção será feito com a ajuda de dois tractores oferecidos na última terça-feira, pelo Governo, no âmbito do programa de reintegração dos antigos militares das 18 províncias do país.

Entre os projectos da cooperativa consta a produção em grande escala do milho, soja e feijão, dada a crescente procura desses cereais no mercado.

Assegurou que, com esses projectos, a cooperativa pretende contribuir para o reforço das acções de criação de emprego, combate à fome e à pobreza, bem como ajudar a garantir a auto-suficiência alimentar dos ex-militares.





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