Dondo – A fábrica textil Satec, localizada no município de Cambambe, Cuanza Norte, passará a ser gerida efectivamente, a partir deste mês de Fevereiro, pelo grupo empresarial zimbabweano Baobab.
O grupo, que assumiu os activos da unidade fabril em Janeiro deste ano, está a realizar, neste momento, estudos de viabilidade para a aquisição de um campo para a produção de algodão, principal matéria-prima da actividade industrial textil.
Segundo apurou a ANGOP em Cambambe, o Baobab prevê produzir, na actividade agrícola, seis mil e 300 toneladas de algodão/ano, com vista a substituir, num futuro breve, as importações da fase inicial da produtividade.
A unidade fabril conta com o abastecimento de energia eléctrica da rede pública, em substituição do sistema alternativo, constituído por sete grupos geradores, e pode ser inaugurada simbolicamente neste sábado.
Esse processo de recuperação da infraestrutura implicou a demolição da antiga estrutura e construção de outra, numa área de 88 mil metros quadrados, com três naves e duas linhas de produção.
Congrega serviços de fiação, malharia, tingimento, acabamento, confecção de roupas e uma área para o fabrico de tecidos jeans. A primeira linha possui uma capacidade instalada para 180 mil camisolas e 150 mil camisas/mês.
Enquanto isso, a segunda produzirá, em igual período, 480 mil metros de tecidos jeans.
Antes do seu arresto, no quadro da recuperação dos activos do Estado, em Agosto de 2019 e privatização, a fábrica estava sob gestão do grupo empresarial angolano "Mainhia Yeto".
Com a entrada em funcionamento da Satec, numa primeira fase serão criados 600 postos de trabalho, dos 1.145 formados, em 2016, na altura do seu relançamento.
A fábrica, um investimento primário italiano, foi instalada em Angola em 1967, vindo a funcionar de 1970 a 1996, com 1.200 trabalhadores até a sua paralisação.
De 2013 a 2016 foi relançada, no quadro de um projecto de relançamento da industria têxtil do Governo Angolano, financiados pelo Japão, avaliado em 1,15 mil milhões de dólares.
O valor destinou-se também à recuperação da Textang, em Luanda, e África Têxtil, em Benguela, através de um programa do Governo angolano prevê reduzir a importação de roupa nova e usada (fardos).
Esse mesmo grupo empresarial zimbabweano "Baobab" também venceu o concurso para a gestão da fábrica têxtil de Benguela.