Escassez de peixe condiciona centro de salga no Cuanza Sul

     Economia           
  • Cuanza Sul     Terça, 05 Janeiro De 2021    13h21  

Sumbe – O funcionamento do Centro Comunitário de Salga e Secagem do pescado, nas Salinas do Ngunza, litoral da cidade do Sumbe, província do Cuanza Sul, está condicionado ao fornecimento de 16 toneladas de peixe por semana, apurou nesta terça-feira a ANGOP.

Paralisado há um ano e quatro meses, o Centro custou 17 milhões de kwanzas, num financiamento do Governo do Cuanza Sul, no quadro das Despesas de Apoio ao Desenvolvimento (DAD), gerido (centro) por 32 mulheres processadoras.

O centro de salga e secagem foi inaugurado a 5 de Julho de 2019 pelo governador do Cuanza Sul, Job Capapinha.  

Sem a pesca semi-industrial e industrial a operar, a pesca artesanal em 2019 capturou 13.142,68 toneladas de peixe diverso com o envolvimento de 1.106 embarcações artesanais, dos quais 2.951 tonelada foi transformado em três centros de salga e seca instalados dois no Sumbe e um no Porto Amboim.

Deolinda António, responsável das mulheres processadoras, destacou que “a escassez de pescado é o factor principal da paralisação do centro, visto que as embarcações semi-industriais e industriais deixaram de operar na região”.

“ Com apenas a pesca artesanal como fornecedora do peixe não é possível atingir as 16 toneladas de pescado todas semanas”, justificou a ANGOP.

O soba grande das Salinas do Ngunza, Aníbal António, sublinhou que “as embarcações de médio e grande porte deixaram de fornecer peixe, visto que na orla marítima do Cuanza Sul não existe uma ponte cais que facilita a descarga de pescado, prejudicando desta forma as mulheres processadoras”.

“Este é um projecto que a comunidade piscatória necessitava e que contribuiria muito no combate à fome e à pobreza, porém sem a matéria-prima fica difícil o funcionamento do centro”, rematou.

Renasce a esperança

A responsável das mulheres processadoras coloca esperança na entrada em funcionamento ao Complexo Pesqueiro do Porto Amboim Wang Festão – KP que já tem licenciado cinco embarcações semi-industrial e uma ponte cais, localizado no Porto Amboim, cerca de 70 quilómetros da cidade do Sumbe.

Deolinda António disse que “as mulheres processadoras aguardam pelo inicio das operações das embarcações do Complexo Pesqueiro, prevista para o primeiro trimestre deste ano, e tendo em conta a capacidade do projecto, acredita que será o maior fornecedor do pescado para o Centro de Salga e Secagem”.

O Gabinete Provincial da Agricultura, Pecuária e Pescas monitora o referido projecto e continua a incentivar o reaproveitamento do Centro de Salga visto que concorre para a qualidade do pescado com higienização de tal formas que o cliente obtenha o peixe com garantia de segurança alimentar.

O centro ocupa uma área de 800 metros quadrados integra uma nave com quatro secadores construídos de raiz.

Esta é o terceiro Centro existente na região sob gestão das cooperativas de mulheres processadoras do pescado sendo o primeiro no Quicombo (Sumbe) em 2013  e o segundo município do Porto Amboim em 2015, mas que funcionam em baixa.

 





+