Sector mineiro no Cunene clama por mais investimentos

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  • Cunene     Terça, 19 Março De 2024    21h43  
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Exploração de recursos minerais na Cahama/Cunene
Exploração de recursos minerais na Cahama/Cunene
Fabiana Hitalúkua-ANGOP
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Director do gabinete para o desenvolvimento econômica e integrado no Cunene, Felisberto Hisimongula
Director do gabinete para o desenvolvimento econômica e integrado no Cunene, Felisberto Hisimongula
Fabiana Hitalukua-ANGOP

Ondjiva – O director do gabinete para o Desenvolvimento Integrado e Económico da província do Cunene, Felisberto Hisimongula, apelou, esta terça-feira, aos empresários do ramo mineiro para investirem na exploração de rochas ornamentais, a partir do complexo gabro-arnotosítico da região.

Em declaração à ANGOP, considerou “bastante reduzida” o nível de exploração mineira no Cunene, comparando com as províncias da Huíla e do Namibe, pelo que incentiva a classe empresarial a investir mais nesta área.

Segundo o PLANAGEO, o complexo gabro-anortosítico (rochas ornamentais) do Cunene, com uma extensão de 45 mil quilómetros quadrados, é o segundo maior do mundo.

De acordo com Felisberto Hisimongula, a província do Cunene dispõe de material suficiente para ser explorado por mais de 30 anos, com condições para escoamento através da estrada nacional 105, que apresenta boas condições para o transporte deste mineiro.

Recordou que o processo de exploração de rochas ornamentais, a partir do complexo Gabro-anortosítico, teve início em 2023, com a exploração do quartzito e mármores, na comuna de Otchijau, município da Cahama.

Na região, disse, estão licenciadas quatro empresas em actividade efectiva.

Trata-se das empresas Hipermáquinas e Rodang, que actualmente desenvolvem o processo de  exploração de rochas ornamentais na localidade de  Canhemei (Cahama),  ao passo que a Transit África e Angostone encontram-se em fase de prospecção.

Realçou que actualmente encontram-se em stock  dois mil blocos de diversas variedades de rochas ornamentais, como mármore verde, amarelo e branco, com mercado na China, Itália e Espanha.

Disse que devido à saturação do mercado, as empresas paralisaram a produção e darão continuidade depois de esgotarem os blocos em stock.

Felisberto Hisimongula acrescentou que as referidas empresas empregam 30 trabalhadores formados em diversas áreas do sector, em sectores como engenharia de minas, marteleiros, geologia, pesquisa, branqueadores, operadores de máquinas e mecânicos.

No âmbito da responsabilidade social, afirmou que a empresa Rodang está a erguer uma escola de três salas de aulas, assim como a abertura de um furo de água, com capacidade de gerar 35 mil litros por hora, já à disposição da comunidade.

Como constrangimentos, apontou a falta de apresentação de relatórios de produção, e consequentemente o pagamento de royalties, correspondendo a 2% da produção extraída ao abrigo da lei que aprova o código mineiro.

Realçou ainda o incumprimento nas prestações de âmbito de responsabilidade social a benefícios das populações, por parte de algumas empresas, cujas informações foram partilhadas pelo Ministério de tutela.

Lembrou que o licenciamento das referidas empresas é de alçada do Ministério dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás e no âmbito das competências administrativas foram transferidas o licenciamento aos municípios as empresas de exploração de inertes.

O responsável fez saber que a nível da província estão licenciadas 10 empresas, destas seis cingem - se na exploração de inertes aplicados à construção civil, tais como areia, solos, e granito para brita.

Disse que os inertes estão a ser usados nas empreitadas de combate aos efeitos da seca no sul de Angola, em curso na província, tais como: barragens de Ndue e Calucuve, Canal do Cafu, barragem da Cova do Leão, e outras. FI/LHE/QCB 





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