Deputada defende implementação e aceleração da Zona de Comércio Livre

     Economia           
  • Luanda     Segunda, 31 Julho De 2023    17h00  
Momento do encontro de mulheres prestigiado com homenagem da presidente da Assembleia Nacional, Carolina Cerqueira
Momento do encontro de mulheres prestigiado com homenagem da presidente da Assembleia Nacional, Carolina Cerqueira
Joaquina Bento - ANGOP

Luanda - A deputada Ruth Mendes defendeu hoje a necessidade de as mulheres parlamentares projectarem leis que possam contribuir para o seu empoderamento  assim como para a aceleração e implementação da Zona de Comércio Livre Continental Africano (AfCFTA).

Falando na mesa redonda sob lema “Partilhar a sabedoria e a força da mulher para construção da paz e acelerar a implementação da Zona de Comércio Livre Continental Africano (AfCFTA)”, sublinhou que a aposta no empoderamento da mulher vai contribuir para a melhoria das condições das mais de 70% de mulheres que trabalham no comércio transfronteiriço.

A também presidente da Comissão de Defesa, Segurança Nacional, Ordem Interna, Antigos Combatentes e Veteranos da Pátria  da Assembleia Nacional, reconheceu que o comércio transfronteiriço é de facto uma realidade, citando o exemplo do Luvo, Santa Clara e algum comércio no Leste de Angola.

“A questão do comércio transfronteiriço começa despontar agora com o mercado livre que Angola aderiu, mas, no que toca a políticas direccionadas às mulheres que praticam o comércio transfronteiriço, não há ainda uma política concreta em relação ao trabalho que deverá ser feito com elas”, disse.

A deputada afirmou que a igualdade de género é um processo que nos últimos tempos começa a ganhar mais espaço, com o aparecimento de mulheres nos órgãos de decisão.

Já a presidente do grupo de Mulheres Parlamentes, Teresa da Silva Neto, realça que, no âmbito da política do género, tem-se observado vários avanços em prol da protecção das mulheres africanas, com realce para o protocolo de Maputo, adoptado em 2013 pela União Africana.

Citou, igualmente, a declaração Solene de Igualdade de Género em África  e o Protocolo relativo à Carta Africana dos Direitos do Homem e dos Povos, adoptado em 2016.

“Apesar destes avanços, a promoção da mulher africana ainda enfrenta vários desafios, sendo ainda sujeitas aos vários tipos de discriminação”, frisou.

De acordo com a mesma, a GMP espera poder criar uma plataforma de discussões e reflexão sobre os patamares já alcançados pelas mulheres em África, e m Angola em especial.

A mesa redonda sob lema “Partilhar a sabedoria e a força da mulher para construção da paz e acelerar a implementação da Zona de Comércio Livre Continental Africano (AfCFTA)”, teve como objectivo comemorar, de forma solene, o Dia da Mulher Africana, conhecer as mulheres que trabalham em prol do empoderamento da mulher em Angola e em África, reflectir sobre as políticas existentes e como as mesmas podem ser enriquecidas em prol da mulher africana.

Ao longo da mesa redonda, foram homenageadas a presidente da Assembleia Nacional, Carolina Cerqueira, bem como as presidentes de grupos parlamentares e as deputadas mais antigas à Assembleia Nacional.

Dados disponíveis apontam que a Zona de Comércio Livre Continental Africana (AfCFTA) representa uma enorme oportunidade para os países africanos retirarem da pobreza extrema 30 milhões de pessoas e para aumentarem os rendimentos de outros 68 milhões que vivem com menos de 5,50 dólares por dia.

Com a aplicação da AfCFTA, medidas de facilitação do comércio que reduzem a burocracia e simplificam os procedimentos aduaneiros iriam dar origem a cerca de 300 milhões de dólares dos USD 450 milhões em potenciais ganhos de rendimento.

A execução da AfCFTA iria contribuir para pôr em marcha as diversas reformas profundas necessárias para aumentar o crescimento a longo prazo nos países africanos.

O acordo de Zona de Comércio Livre Continental Africana (AfCFTA) irá criar a maior zona de comércio livre do mundo medida pelo número de países participantes. O pacto estabelece a ligação entre 1 300 milhões de pessoas em 55 países com um valor combinado do Produto Interno Bruto (PIB) de USD 3,4 biliões.





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