Durban - uma cidade turística e hospitaleira

     Economia           
  • Luanda     Segunda, 15 Novembro De 2021    17h13  

Durban (Dos enviados especiais) – Depois de Cairo em 2018, Durban - uma cidade costeira da província do KwaZulu-Natal - é palco de convergência dos homens de negócios do continente berço, que se juntam até ao dia 21 de Novembro, na II edição da Feira Comercial Intra-Africana (IAFT 2021).

A cidade, que se situa à beira do Índico, ocupando uma área de 2 292 km2 (quilómetro quadrado), é famosa, além das grandes atracções turísticas como praias, hotéis e calçadas à beira mar, pelo seu maior porto de contentores de África e de todo hemisfério sul.

Não obstante a coabitação de vários serviços, o turismo é muito expressivo na região metropolitana de Durban. Aliás, aos fins-de-semana, as praias e a extensa calçada litorenha ficam povoadas desde as primeiras horas da matina.

Nesta urbe do Leste da África do Sul, conhecida justamente por ser um centro turístico, também é visível uma procura considerável pelos espaços relvados e arborizados para piqueniques, exercícios físicos e outras contemplações. 

Curiosamente, o turismo doméstico supera o internacional desde 1990, período em que a cidade do Cabo “roubou” esse protagonismo a Durban.

Quanto à nomenclatura Durban, foi atribuído à cidade em homenagem ao então governador da colónia do Cabo, o britânico Sir Benjamin D´Urban. Regra geral, a cidade é calma, relativamente à Joanesburgo, onde muito se fala de criminalidade.

É a terceira urbe mais populosa da África do Sul, depois de Joanesburgo e da Cidade do Cabo, e com uma presença razoável de angolanos.

Durban continua a ser também a terceira cidade mais rica da África do Sul. Em 2015, um relatório do Banco Afrasia e empresa de pesquisa New World Wealth classificaram--na como a sétima cidade da África com maior número de milionários.

Nesta altura, a sua população ronda os 2,7 milhões de habitantes. Fora da Índia é a maior “cidade indiana” do mundo, sendo o Zulu a língua mais falada, seguida pelo inglês, o africâner e o hindi.

Estatísticas indicam que aproximadamente 68% da população de Durban é composta de negros, seguidos pelos asiáticos, que representam 19% do total populacional, 8% são brancos e os mestiços são representados pelos 2% restantes.

Calcula-se ainda que 48,9% da população está abaixo dos 24 anos de idade, enquanto 4,2% têm mais de 65 anos de idade. A idade média na cidade é de 25 anos e, para cada 100 mulheres, há 92,5 homens.

Segundo apurou a Angop, na localidade, em relação aos moradores da cidade, em específico, 27,9% estão desempregados e cerca de 88,6% dos desempregados são negros, 18,3% são mestiços, 8,2% são asiáticos e 4,4% são brancos.

Os indianos dominam uma boa parte dos negócios na região, desde o comércio, finanças, hotelaria, indústria, turismo e transportes. Nesse último sector, é notável a presença dos indianos nos serviços de táxis personalizados.

Surpreendentemente, há igualmente táxis colectivos similares aos “ azuis e brancos” (vulgo candongueiros) de Luanda, e com muita semelhança na maneira acelerada como os motoristas correm para transportar mais passageiros.

Fazendo paralelismo com a capital angolana, diga-se que faltou avistar comércio de rua, mas não mendigos e jovens que cobram gorjeta aos condutores que estacionam carros à beira da estrada.

Não obstante essas contrariedades sociais, Durban é acolhedora e pacata.

Uma cidade histórica

Evidências arqueológicas das montanhas Drakensberg atestam que a área de Durban foi habitada por comunidades de caçadores-colectores desde 100.000 anos Antes de Cristo.

Essas pessoas viviam em toda a área da actual província de KwaZulu-Natal até que a expansão de agricultores e pastores bantus do norte forçaram seu deslocamento, incorporação ou extermínio gradual. No entanto, pouco se sabe sobre a história dos primeiros moradores deste atraente destino turístico.

Do que se sabe, não há registos históricos da região até ela ser avistada pelo explorador português Vasco da Gama, que navegou paralelamente à costa KwaZulu-Natal na Quadra Natalícia de 1497, enquanto procurava uma rota entre a Europa e a Índia. Eis que, na sequência, ele nomeou a área de "Natal".

Primeiros colonos europeus

A moderna cidade de Durban data de 1824, quando um grupo de 25 homens, sob as ordens do tenente britânico F. G. Farewell chegou da Colónia do Cabo e estabeleceu um assentamento na costa norte da Baía de Natal, perto da actual Praça Farewell.

A propósito, um “aventureiro” chamado Henry Francis Fynn acompanhou a expedição de Farewell e foi capaz de estabelecer amizade com o rei Shaka Zulu, ajudando-o a se recuperar de uma facada que sofreu durante uma batalha.

Como um símbolo de gratidão de Shaka, ele concedeu a Fynn "30 milhas (50 km) de costa a cem milhas (160 km) de profundidade." Pois, Durante uma reunião de 35 residentes europeus no território de Fynn em 23 de Junho 1835, decidiu-se construir uma cidade e nomeá-la "d'Urban".

Sete dias de feira

Como forma também de promover o turismo interno, a partir de hoje (segunda-feira) a cidade de Durban acolhe a Feira Intra-Africana de Comércio, organizado pelo Banco Africano de Exportação e Importação (Afreximbank), em colaboração com a União Africana e o Secretariado do AFCTA.

O mesmo visa oferecer uma plataforma de negócios única e útil para aceder a um mercado africano integrado com mais de 1,2 mil milhões de pessoas com um PIB de mais de 2,5 triliões de dólares americanos criado na Zona Continental de Livre Comércio Africano (ZCLCA).

A feira está a decorrer no Centro Internacional de Convenções Inkosi Albert Lithui, com a presença de expositores de 54 países africanos e mais de dez mil visitantes, sendo visão dos organizadores levar os homens de negócios a realizarem trocas comerciais dentro do continente.

Contrariamente a 2018, esta edição conta com mil expositores, menos 100 que na anterior, 2 500 participantes de conferências, um quarto da primeira edição, e projecta-se comércio, negócios e investimentos na ordem dos 32 mil milhões de dólares, contra 40 mil milhões.

A ZCLCA é uma iniciativa da União Africana que destinada a criar um mercado continental para bens e serviços, com livre circulação de empresários e investimentos.

Domingo foi dia de registo dos participantes. Já na noite deste mesmo dia, a organização ofereceu um jantar alargado a todos os feirantes.

 





+