Economistas valorizam sentido de compromisso do Executivo com o FMI

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  • Luanda     Quinta, 10 Junho De 2021    18h58  
Edifício na Cidade de Luanda com arborização para reduzir impacto Ambiental
Edifício na Cidade de Luanda com arborização para reduzir impacto Ambiental
Rosário dos Santos

Luanda – O ajustamento financeiro do Fundo Monetário Internacional (FMI) após à quinta avaliação do programa económico de Angola, apoiado por um acordo estendido no âmbito do plano de Financiamento Ampliado, demonstra o grau de compromisso das autoridades angolanas no cumprimento das metas impostas.

A apreciação é de economistas angolanos que reagiram, hoje, à decisão do Conselho Executivo do FMI em aprovar o desembolso imediato de DES 535,1 milhões - cerca de USD 772 milhões, elevando os financiamentos totais sob o acordo para DES 2.678,3 biliões (cerca de USD 3,9 biliões), de acordo com a publicação do FMI a que a ANGOP teve acesso a partir do seu wesite.

Em declarações à Rádio Nacional de Angola, o António Stop disse ser fundamental que se perceba que esta avaliação do Fundo Monetário Internacional não incide propriamente sobre a economia angolana, mas se refere sim ao grau de compromisso das autoridades nacionais com o programa previamente assinado ou assumido pos esta instituição.

Acrescentou que neste âmbito o Fundo considera que Angola tem gerido muito bem a questão da dívida pública quer porque assumiu o acordo de suspensão da dívida quer porque também o preço do barril do petróleo está muito acima do de referência orçamental.

“Esses excessos estão a servir de almofadas para garantir uma boa dinâmica da dívida, e por se acreditar também que o sistema financeiro está a ser reestruturado, sobretudo a nível da nova Lei das Instituições Financeiras. E, por outro lado também, o FMI acha que Angola tem gerido bem os choques provocados pela pandemia, pelo que deu o voto de confiança”, reforçou.

Já o economista Daniel Sapateiro entende que a decisão dessa instituição de Bretton Woods vem valorizar os esforços do Executivo face aos desafios que a economia do país enfrenta, apoiando as políticas sólidas que visam estabilizar a economia, criar oportunidades inclusivas de crescimentos e ajudar os mais vulneráveis da sociedade angolana.

“Com isso vai-se restaurar a sustentabilidade externa e fiscal, melhor a governação e diversificar a economia, assim como prover o crescimento económico, sustentável, liderado pelo sector privado, fazendo aqui a diversificação sem o peso do sector petrolífero”, destacou.

O analista salientou que os ajustes fiscais em curso, nomeadamente as revisões dos impostos realizadas em 2019 e 2020 e em face ao impacto da pandemia do Covid-19 influenciaram o aumento dos gastos sociais.

Por fim, o economista Afonso Maleca referiu que o Executivo deve aproveitar esse dinheiro para aplicar em programas geradores de valores para a economia nacional, podendo se tornar sustentável, diversificada e com um ambiente de negócios recomendável, com tudo aquilo que um país como Angola possa ser visto como sério e responsável.

O Conselho Executivo do Fundo Monetário Internacional (FMI) concluiu, nesta quarta-feira, a quinta avaliação do programa económico de Angola, apoiado por um acordo estendido no âmbito do Programa de Financiamento Ampliado.

O acordo estendido de Angola no âmbito do EFF (sigla em inglês), por três anos, foi aprovado pelo Conselho Executivo do FMI, a 7 de Dezembro de 2018, no valor de DES 2,673 biliões (cerca de USD 3,7 biliões no momento da aprovação).

Seu objectivo, segundo uma publicação no site da organização, é restaurar a sustentabilidade externa e fiscal, melhorar a governação e diversificar a economia para promover o crescimento económico sustentável liderado pelo sector privado.





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