Empresários no Bié sugerem máxima colaboração entre FGC e bancos

     Economia           
  • Bié     Terça, 20 Fevereiro De 2024    14h44  
Carlos Adelino, Empresário Bieno
Carlos Adelino, Empresário Bieno
Leonardo de Castro

Cuito – Os empresários radicados na província do Bié sugeriram esta terça-feira, na cidade do Cuito, a máxima colaboração entre o Fundo de Garantia de Crédito (FGC) e os bancos filiados, visando acelerar os financiamentos, para evitar falência de mais empresas.

A classe reuniu-se hoje, pela primeira vez, no Cuito, com o Fundo de Garantia de Crédito (FGC), que conta agora com uma sede regional, na cidade do Lobito, província de Benguela, para atender também o Huambo e Bié.

No encontro, quase todos os intervenientes queixaram-se da morosidade existente na banca, quer para a avaliação e efectivação quer na entrega dos empréstimos.

Para Carlos Adelino, representante da fazenda Girassol, acaba ser mais dispendiosa a preparação do processo de validação, que, depois de remetido à banca, ainda aguarda por mais dois ou mesmo três anos para obter o solicitado.

Disse ter já solicitado o financiamento por três vezes, porém, sem sucesso, nos anos de 2017, 2018 e 2019. Agora, em 2023, voltou a remeter mais um processo a solicitar um valor de 230 milhões de kwanzas para produção em grande escala de girassol, milho, soja e feijão.

Com o valor, pretende adquirir sistemas de irrigação, fertilizantes, sementes, que prevê semear num campo de 11 hectares já preparados na localidade de Mucumba, na comuna de Chipeta, município de Catabola.

Por seu turno, o empresário Antero Sambalanda, da empresa AGS Comercial, radicada no Andulo, disse sair do encontro mais expectante, face a esta abertura do Fundo de Garantia de Crédito, facto que renasce a sua esperança em conseguir obter um financiamento.

Vocacionado na compra e venda de produtos do campo, o empresário queixou-se igualmente da burocracia existente a nível dos bancos, tanto que, desde a criação da sua empresa, em 2009, nunca recebeu nenhum benefício público, embora ter já solicitado em 2021 e 2022, no âmbito do PRODESI.

Sem relevar o montante outrora solicitado, Antero Sambalanda sugere pelo menos 45 dias úteis como o prazo limite para a cedência ou não de um empréstimo.

Já o empreendedor Isaías Simone, do município do Cunhinga, proprietário da “Vitalícios”, vocacionada na prestação de serviços gerais, diz pretender financiamentos para alargar a sua actividade, para estar alinhado com os objectivos do Executivo, virado para a diversificação da economia.

O jovem entende também que as questões de burocracia junto dos bancos desmotivam, sobremaneira, a avançar na árdua tarefa de salvaguardar a continuidade dos negócios, para a promoção e fomento do emprego.

Entende que a coordenação regional do FGC deve ser mais pragmático e actuar junto dos seus parceiros, no sentido de velar para as empresas que mais necessitam.

O coordenador regional do FGC, Maísa Bumba, que trabalha desde segunda-feira nesta parcela do país, disse que a abertura de agências regionais visam mesmo trabalhar para a celeridade dos pedidos.

Nesta conformidade, Maísa Bumba, que assumiu o cargo em Janeiro deste ano, comprometeu-se em trabalhar para acabar com a burocracia através de constantes encontros de trabalho com responsáveis dos bancos.

O FGC tem assinado memorandos de entendimento com os bancos Millenium Atlântico, BCA, Caixa Angola, Yetu e Créditos do Sul.

A nível do Bié, existem pouco mais de 15 mil agentes económicos, destes, mais de mil candidataram-se para os diversos financiamentos públicos.

Da triagem feita, segundo dados do Gabinete Económico, apurou-se cerca de trezentos processos que estão devidamente organizados e já remetidos aos órgãos competentes para os passos subsequentes junto do Banco de Desenvolvimento de Angola (BDA).

Até a presente data, contabilizam-se já o financiamento de mais de duzentos empresários no âmbito do Programa Integrado de Desenvolvimento do Comércio Rural (PIDCR). LB/PLB





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