Empréstimo do Deutsche Bank ainda intacto

     Economia           
  • Luanda     Quarta, 24 Março De 2021    19h06  
Banco de Desenvolvimento de Angola (BDA), na baixa de Luanda (Foto ilustração)
Banco de Desenvolvimento de Angola (BDA), na baixa de Luanda (Foto ilustração)
Tarcísio Vilela

Luanda - A linha de crédito de exportação de mil milhões de euros, celebrada entre o Banco de Desenvolvimento de Angola (BDA) e o Deutsche Bank (DB) da Alemanha, está sem beneficiar o empresariado nacional, que alega haver morosidade na análise dos seus processos de candidatura.

Celebrado em Maio de 2019, com a garantia do Ministério das Finanças, até ao momento, estão em carteira 19 candidaturas apresentadas e o BDA diz que apenas seis cumpriram com os requisitos que foram apreciadas em Comité de Crédito.

Destas seis, apenas quatro candidaturas foram aprovadas, duas das quais concordaram com as condições apresentadas e lhes foi emitida uma garantia, isto é, o BDA está em vias de concretizar o financiamento da referida linha.

“ Está e uma operação complexa e envolve vários factores, entre eles, a existência de uma garantia soberana”, justificou Ângelo Correia, técnico do Gabinete de Operações de Crédito do BDA.

 Ângelo Correia que falava no webinar sobre esclarecimento do empresariado nacional em torno da referida linha de crédito, referiu que a mesma ainda está aberta e é renovável a cada ano, sem incorrer-se a pagamentos de juros.

“Asseguramos primeiro, garantir que todos os procedimentos são cumpridos e descortinado o processo, até o seu mínimo detalhe, de forma que, aprovemos projectos viáveis com capacidade de reembolsar financiamentos, gerar lucros e rendas para o país, como emprego e outros requisitos estabelecidos por Lei”, sublinhou.

Acrescentou ser um procedimento que leva tempo com prazos médios entre três a seis meses, para a contratualização do financiamento, tendo em conta a sua tipologia de crédito.

“ Pelo tempo que decorreu acreditamos que estamos num balanço razoável, tendo em conta as características do financiamento e das participações que temos em carteira.

Alguns empresários que participaram no evento disseram haver uma morosidade na análise dos documentos, bem como a falta de comunicação do banco para com os candidatos.

Carlos Padre, um dos participantes aconselha maior interação com os promotores e que o Banco adopte métodos que vão de acordo com a realidade do país.

Com foco no Prodesi

O Acordo-Quadro de Exportação assinado visa estabelecer os termos e condições subjacentes aos quais os mutuantes (Deutsche Bank) podem disponibilizar ao mutuário BDA, por meio de acordos individuais de crédito os montantes necessários para financiar até 100% do valor do contrato de importação entre os promotores e dos fornecedores externos.

São sectores alvo, Agricultura, Pecuária, Pescas, Indústrias Transformadora e Mineira, todas no quadro do Programa de Apoio à Produção, Diversificação das Exportações e Substituição das Importações.

São contratos susceptíveis de financiamento, os celebrados entre empresas angolanas e estrangeiras (exportadoras) para efeitos de fornecimento de equipamentos, bens ou serviços para projectos.

Entre os requisitos essenciais dos contratos de exportação exige-se o valor do contrato de exportação que ascende a pelo menos 10 milhões de euros ou seu valor equivalente em outra moeda. As empresas contratantes (exportadoras) devem ser clientes ou pertencer a network do grupo Deutsche Bank e cumprir com os requisitos de elegibilidade definidos pela referida instituição financeira, o banco.

Segundo o Acordo, os custos de financiamento estão sujeitos a negociação entre o Deutsche Bank (DB) as Agências de Crédito a exportação (ECAs sigla em inglês) e o BDA, sendo estabelecidos casuisticamente.

Os custos operacionais inclui, o valor global do financiamento (custo de captação do DB, a cobertura dos custos operacionais do BDA (2,8%) e a cobertura do risco (2%), um total de 4,8%, do valor considerado baixo se comparado com o mercado interno (entre 5 por cento a 10 por cento).

A linha de crédito do DB está aberta aos países membros da OCDE-Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico, dentre os quais, Austrália, Áustria, Bélgica, Canadá, Chile, Colômbia, República Checa, Dinamarca, Estónia, Finlândia, França, Alemanha, Grécia, Hungria, Islândia, Irlanda, Israel, Itália, Japão, Coreia do Sul, Letónia, Lituânia, Luxemburgo, México, Países Baixos, Nova Zelândia, Noruega, Polónia, Portugal, Eslováquia e Eslovénia.

 

 

 





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