ENDE no Cuando Cubango regista baixa na arrecadação de receitas mensais

     Economia           
  • Cuando Cubango     Quinta, 14 Março De 2024    16h19  
Visita da cidade de Menongue
Visita da cidade de Menongue
Júlio Vilinga

Menongue - A Empresa Nacional de Distribuição de Electricidade (ENDE) no Cuando Cubango arrecada, actualmente, 40 milhões de kwanzas, dos 90 milhões que deveria por mês, por falta de pagamento dos clientes singulares, de instituições estatais e privadas.

A ENDE conta, actualmente, a nível da capital do Cuando Cubango, Menongue, com mais de 21 mil clientes, entre singulares, instituições públicas e privadas e com maior taxa de dívidas, facto que tem inviabilizado a execução de projectos estruturantes da empresa e torná-la robusta.

A informação foi avançada hoje, quinta-feira, pelo director da ENDE - Cuando Cubango, José Carlos Bravo da Rosa, em declarações à imprensa, para dar o ponto de situação do funcionamento actual da empresa a nível dessa região do país, concretamente nos municípios de Menongue e do Cuito Cuanavale, que beneficiam dos seus serviços.

Informou que, para inverter o quadro e de forma a empresa reaver as dívidas, a ENDE tem optado por acções pedagógicas, diálogo com os clientes, cartas dirigidas, entre outras modalidades de acordo de pagamento, no sentido de evitar actos coercivos, como o corte de energia, como tem sido efectuado, sobretudo para os clientes singulares e privados.

O director informou que, há nove anos, isto desde 2015, os clientes da ENDE em Menongue, principalmente, acumularam uma dívida, entre mensal e atrasados, de mais de um mil milhão de kwanzas e 10 por cento desta é afecta às instituições públicas, uma situação tida preocupante face aos desafios daquela instituição.

Apontou como principais desafios a expansão da rede de distribuição de electricidade à cidade de Menongue e seus bairros periféricos, juntando-se aos projectos do género do governo do Cuando Cubango em curso, através do Plano Integrado de Intervenção nos Municípios (PIIM).

A meta, conforme o director, é de abranger, até finais do corrente, mais mil e 500 novos clientes, entre outras acções, para os novos bairros que irão surgir em Menongue e no Cuito Cuanavale, mas que, para essa melhoria, há carência de novos investimentos que sairiam das arrecadações mensais projectadas.

Instalação de contadores pré-pagos

José Carlos Bravo da Rosa explicou que, para a concretização e com êxito do projecto da instalação dos contadores pré-pagos, exige a existência de uma indústria de fabricação de equipamento para o efeito.

Admitiu, no entanto, que o sonho da ENDE é de ver cada cliente com o sistema pré-pago, porém, por falta de tais equipamentos, o projecto não tem avanços desejados,  porquanto a sua aquisição é no estrangeiro.

Por essa razão, informou o responsável, dos quase 22 mil clientes controlados a nível do Cuando Cubango, apenas três mil têm o sistema de contadores pré-pago instalado, com previsões, até finais de 2024, para mais de seis mil.

Sobre restrições à cidade de Menongue   

O director explicou que as constantes restrições de energia, provocada por uma avaria num dos equipamentos da Central Térmica de Menongue, estão ultrapassadas desde esta quarta-feira, depois de um árduo trabalho efectuado por técnicos locais e mais três vindos da Huíla, sede da ENDE na Região Sul.

Admitiu que os 15 a 16 megawatts de consumo que são fornecidos diariamente à cidade de Menongue e bairros periféricos, através da Empresa Pública de Produção de Electricidade (PRODEL), são suficientes para atender a demanda a 100 porcento, sem restrições.

José da Rosa assegurou que o estado técnico actual dos equipamentos que facilitam o fornecimento de energia eléctrica é considerado “razoável”, porquanto tem sido cumprindo o plano de manutenções, visando prolongar a sua vida útil.

Neste particular, o director ressaltou o registo frequente, na época de chuva, da queda de postos de madeira que transportam a corrente eléctrica, mas que tem havido a devida intervenção.

Na ocasião, garantiu, igualmente, estabilidade na distribuição de energia na sede da vila do Cuito Cuanavale e seus bairros periféricos, a par das sedes municipais do Cuangar, Calai e Dirico, que são fornecidos por via da empresa namibiana, Nampower, através do contrato existente entre os ministérios de Energia de Angola e da Namíbia.   

Vandalização frequente  

O titular da ENDE apontou que os actos de vandalização que ocorrem, frequentemente, na rede de distribuição da energia eléctrica estão relacionados com as ligações anárquicas, vulgo puxadas, por parte de alguns cidadãos, facto que tem contribuído na perda de somas avultadas de dinheiro.

Por isso, aconselhou os cidadãos a optarem, no consumo da energia pública, na contratação e beneficiarem de forma legal e regular, ao invés de práticas ilícitas, sobretudo dos clientes que têm se negado ao pagamento das suas dívidas, recorrendo a essa prática.

A Empresa Nacional de Distribuição de Electricidade no Cuando Cubang é assegurada, actualmente, por 76 trabalhadores, entre técnicos e administrativos.ALK/FF/PLB





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