Fábricas de Dombe Grande mantêm-se inoperantes

     Economia           
  • Luanda     Quinta, 17 Fevereiro De 2022    03h35  
Interior da fábrica de processamento de tomate vandalizada no Dombe Grande (Arquivo)
Interior da fábrica de processamento de tomate vandalizada no Dombe Grande (Arquivo)
Henri Celso

Luanda – Duas unidades de processamento de tomate e recipientes continuam inoperantes na comuna de Dombe Grande, município da Baía Farta, a 29 km da sede capital da província de Benguela, volvidos sete anos desde a conclusão das obras, constatou a ANGOP.

Os dois empreendimentos, cujo valor do investimento se desconhece, publicamente, estão equipados com tecnologia de ponta, mas permanecem de portas fechadas, por razões ainda desconhecidas.

A fábrica de tomate, construídas com fundos públicos, tem capacidade para processar até cinco mil quilogramas por hora, e previa, numa primeira fase, assegurar pelo menos 20 postos de trabalho directos.

De acordo com fontes locais, a construção das fábricas resultou de um "grito de socorro" dos agricultores locais, para fazer face à perda de grandes quantidades de tomate, por causa da falta de escoamento.

O administrador comunal do Dombe Grande, Edgar Baptista, confirmou à ANGOP que as duas unidades fabris estão concluídas e apetrechadas com equipamentos modernos, há sete anos, mas afirma desconhecer as razões de fundo da sua inoperância.

Segundo aquele responsável, chegaram a ser feitos, no início, ensaios nas duas fábricas, onde se encontram, neste momento, armazenadas quantidades não especificadas de latas produzidas, já com rótulos.

Entretanto, por causa do estado de abandono em que se encontram, os empreendimentos são alvo constante de vandalização.

Em Março de 2021, a fábrica de polpa foi assaltada por supostos jovens da comuna, que aspiravam encontrar emprego naquelas instalações.

Segundo Edgar Baptista, a entrada em funcionamento das fábricas ajudaria a desafogar a pressão dos camponeses, que têm dificuldades para escoar os produtos, além de fomentar a produção de tomate.

O gerente da Fazenda Geripe, Domingos Mendonça, referiu a esse respeito, que foram forçados a reduzir a sua produção de tomate, por dificuldades de escoamento e falta de sementes.

A fazenda, que produz tomate, milho e batata-doce, conta colher, este ano, mais de 15 toneladas de tomate, 20 de milho e 30 de batata-doce.

O agricultor disse que os produtos têm sido escoados para o mercado informal, com certo constrangimento, por causa do mau estado técnico das vias de acesso (estradas secundárias e terciárias).

A população da comuna de Dombe Grande, com uma extensão territorial de 2.177,2 quilómetros quadrados, está estimada em 41.434 habitantes, distribuídos por sete povoações, 13 bairros e 12 aldeias.

Na sua maioria dedica-se à agricultura e à pecuária.

Dados a que a ANGOP teve acesso indicam que a mesma não conta, actualmente, com qualquer fábrica de processamento de tomate e de recipientes em pleno funcionamento.





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