Luena – A falta de educação financeira nos mercados informais, lojas e cantinas na cidade do Luena e arredores está na base da rejeição da moeda metálica, sobretudo as de 10 e 20 kwanzas.
Desde Abril deste ano que os mercados informais do Luena passaram a rejeitar transições com moedas metálicas, uma situação que já é do conhecimento da delegação regional leste do Banco Nacional de Angola (BNA).
Ao falar à imprensa, após uma palestra sobre “O sistema de pagamento do BNA, desafios e projectos estruturantes”, o delegado regional do BNA,Francisco Manuel, disse que a rejeição tem a ver com a falta de educação financeira.
Recordou que tal procedimento, de rejeição de moeda válida, constitui crime punível à luz do artigo 470 do código penal, consideradas infracções contra a economia.
No acto que aconteceu no Instituto Superior Politécnico do Moxico (ISPM), disse que a inserção das moedas metálicas tem como objectivos garantir a circulação da massa monetária e o comércio em geral, pois elas não foram emitidas para serem tesouradas (guardadas) conforme ocorre.
Por outro lado, disse que os bancos comerciais devem passar claramente a mensagem aos seus clientes sobre a implementação da moeda metálica de valor facial, sobretudo os pequenos comerciantes do sector informal.
Explicou que a moeda metálica é um elemento que não deve ser depositado sempre ao banco, “ela deve estar a circular na economia ao nível das operações comerciais”.
Informou que o BNA vai trabalhar para transmitir informações da função e como se processa a circulação da moeda do ponto de vista do comércio para evitar a saturação entre as instituições bancárias e as grandes, pequenas superfícies comerciais, mercados informais, lojas e cantinas.
Numa ronda realizada pela ANGOP, nas lojas da cidade do Luena e no mercado do Zorró, segundo maior da cidade, notou-se que os populares e comerciantes estão a recusar as moedas metálicas.
O vendedor Geraldo Jamba, confessou que tem rejeitado as moedas metálicas de 10 e 20 kwanzas, porque os clientes também o fazem, e alegou que tal cultura está a crescer sobretudo no mercado informal do Zorró, bairro “4 de Fevereiro, arredores do Luena.
Luizinho Neves, outro vendedor de fármacos, disse que tem recusado moedas metálicas porque os clientes reclamam que são pesadas e perdem com facilidade.
Mas a vendedora de farinha de milho, Luísa Aida, reconheceu a importância das moedas metálicas nas transacções comerciais, sobretudo em facilitar o troco.
O cidadão António Sessua, mostrou-se insatisfeito pela recusa da moeda por parte de comerciantes e clientes, pois ela é tem uma grande utilidade no controlo de receitas financeiras das famílias, além de facilitar o troco no momento da compra de qualquer produto.
