Luena – Cerca de 30 mil cabeças de gado bovino existentes na província do Moxico correm o risco de morrerem por falta de vacinas para combater uma peripneumonia contagiosa (PCB) que assola os animais na região.
A ANGOP apurou que num espaço de um ano, a peripneumonia já matou mais de 350 cabeças de gado nos municípios do Moxico (sede provincial) e Alto Zambeze.
A morte descontrolada do gado instalou um clima de medo entre os criadores por ser a principal fonte de financiamento de receitas de muitas famílias criadoras desses animais.
Manuel Tuga é um dos criadores de gado na comuna do Lucusse, a 133 km a sul da cidade do Luena, que disse à imprensa, terem morrido já cerca de 200 cabeças que possuía, em um ano, restando apenas 10, por falta de vacinação.
Afirmou ainda que após a morte do gado, a referida carne é comercializada no mercado informal, situação que coloca em risco a saúde pública.
Entretanto, o chefe de departamento dos serviços veterinários afecto ao gabinete provincial da Agricultura do Moxico, Aguinaldo Mutaleno, acusa as Administrações Municipais de não colaborarem para a campanha de vacinação massiva do gado.
“Os serviços veterinários traçaram um programa de vacinação massiva de animais para todos os municípios, mas a falta de colaboração das Administrações Municipais para implementação do mesmo continua a inviabilizar este objectivo”, lamentou, detalhando que, entre as condições, solicitou-se apenas a logística para os técnicos do sector.
Por sua vez, o administrador municipal do Alto Zambeze, António Muquisse, uma das regiões mais visada pela epidemia, questionado sobre a situação, refutou tais afirmações, alegando que nunca recebeu qualquer notificação do gabinete provincial da Agricultura para a promoção da campanha de vacinação.
“ Isto não condiz com a verdade (…) nós precisamos de vacinas para salvarmos os animais e não faz sentido rejeitá-las", retorquiu.
Estima-se que a província do Moxico, para além do gado bovino, conta com 46 mil caprinos e 17 mil suínos.
