Fazenda Sacassanje “sobrevive” de abate de bovinos

     Economia           
  • Moxico     Quinta, 26 Maio De 2022    19h59  
Associação dos Adidos Militares em Angola, visita à fazenda Agro-Pecuária de Sacassange
Associação dos Adidos Militares em Angola, visita à fazenda Agro-Pecuária de Sacassange
Kinda Kyungu

Luena – A Fazenda Sacassanje, instalada a 15 quilómetros do Luena (Moxico), enfrenta dificuldades financeiras para aumentar a sua capacidade produtiva, vivendo de abates de bovinos para manter-se parcialmente operacional.

Privatizada pelo Estado angolano, em 2018, ao grupo Gappil, no âmbito do Programa de Privatizações (PROPRIV), a fazenda, que custou mais de 40 milhões de dólares, foi construída num espaço de sete mil hectares e inaugurada em 2012.

Ao falar à ANGOP, esta quinta-feira, no Luena, durante uma visita de uma delegação de Adidos Militares de seis países acreditados em Angola ao local, o gestor da infra-estrutura, Gil da Silva, disse que o nível de produção da fazenda continua longe das expectativas, face as dificuldades financeiras que enfrenta.

Devido a falta de investimento financeiro, segundo fez saber, algumas áreas da fazenda sobrevivem graças a prestação de serviços de abates de bovinos a particulares, valores que servem, principalmente, para pagar os trabalhadores do empreendimento.

Segundo o gestor, a produção é assegurada por uma força de trabalho composta por 18 trabalhadores, maioritariamente efectivos de segurança da fazenda.

Gil da Silva disse que a força de trabalho registou uma redução na ordem de 66 por cento, passando de 520, entre efectivos e colaboradores, em 2015, para os actuais 18, maioritariamente efectivos de segurança da fazenda.

Comparativamente aos primeiros anos de sua funcionalidade, disse que a fazenda teve momentos altos da sua produção entre 2012/2015, altura atingiu 85 por cento da sua capacidade produtiva, na altura, sob gestão de uma empresa israelita.

De acordo com o responsável, actualmente, o nível de produção é muito baixo, sendo que das 100 estufas de 250 metros quadrados, apenas em 14 foram plantadas produtos de hortaliças, com maior destaque para o cultivo de tomate e repolho.

Disse que a presente época agrícola a fazenda conta, pela primeira vez, com 15 hectares de milho, bem como 12 hectares de mandioca.

A ANGOP apurou que para a reactivação de alguns sectores como o da avicultura e caprinocultura, a fazenda necessita de um investimento superior a 700 milhões de kwanzas, para suportar o custo da aquisição dos animais e a importação dos insumos e as respectivas vitaminas.

A solicitação do referido montante financeiro na banca tem sido condicionada pelo facto da fazenda ainda não possuir documentação, com destaque para o título de concessão de terra, diploma que o Estado não terá concedido ao Grupo Gappil, aquando da privatização.

 

Por ocasião da privatização da fazenda, a empresa recebeu do Estado, apenas, o contrato de cedência, entretanto, documento que não legitima a propriedade e consequentemente a solicitação de crédito bancário.





Notícias de Interesse

PAN envia condolências ao parlamento cabo-verdiano

Segunda, 13 Maio De 2024   21h10

Angola e Zimbabwe discutem reforço da cooperação

Segunda, 13 Maio De 2024   17h12

Ministro recebe delegação cubana

Segunda, 13 Maio De 2024   16h03

SADC realiza cimeira extraordinária 

Segunda, 13 Maio De 2024   10h44

+