Angola defende mobilização de financiamento para países em desenvolvimento 

     Economia           
  • Luanda     Sexta, 21 Abril De 2023    21h45  

Luanda - O encarregado de negócios de Angola junto das Nações Unidas, João Gimolieca, afirmou que a mobilização de financiamento para os países em desenvolvimento continua a ser um desafio significativo para a implementação da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável.

Conforme o responsável, precisa-se abordar o elevado custo da dívida e os riscos crescentes do aumento da dívida soberana, para aumentar maciçamente o financiamento de longo prazo para o desenvolvimento e para expandir o financiamento de contingência para os países necessitados.

Segundo o comunicado a que a ANGOP teve acesso esta sexta-feira, o diplomata falava, recentemente, no Fórum sobre Financiamento para o Desenvolvimento, tendo referido que este desafio tem igualmente impacto na implementação da Agenda 2063.

Para o embaixador,  Angola saúda os esforços feitos pelo Secretário-Geral das Nações Unidas,  para colmatar o défice de financiamento dos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e aguarda com expectativa novas discussões sobre a proposta de estímulo dos mesmos objectivos.

“ Agora, vivemos em crises globais múltiplas e interconectadas e devemos abraçar a mudança, tomando medidas imediatas para aumentar a cooperação para o desenvolvimento e os investimentos nos ODS, reformar a arquitetura financeira internacional, fortalecer a cooperação em políticas macroeconómicas e implementar 
acções para acelerar o desenvolvimento sustentável em apoio aos países em 
desenvolvimento” ressaltou.

No entender de João Gimolieca, é necessário um financiamento adicional para os países em desenvolvimento, importante para ajudar e apoiar a implementação de políticas de mitigação e adaptação às mudanças climáticas.

Durante a sua intervenção, nas Nações Unidas, realçou a urgência dos  países desenvolvidos em fornecer meios de implementação necessários aos países em desenvolvimento para enfrentar as mudanças climáticas, incluindo financiamento concessional, pelo menos o dobro do financiamento de adaptação, bem como para finalizar a operacionalização do fundo de perdas e danos.

Destacou, por outro lado, que apesar das vigorosas reformas implementadas ao longo dos últimos cinco anos pelo Governo de Angola, tem se vivido sucessivos períodos de recessão económica, a que se somam os efeitos negativos das actuais crises sanitárias e tensões geopolíticas, que resultaram na deterioração dos indicadores 
socioeconómicos.

Diante  este quadro, o Governo de Angola foi forçado a rever as suas estratégias de desenvolvimento, tendo definido três áreas prioritárias para o próximo Plano de Desenvolvimento 2023-2027, sendo a primeira o desenvolvimento do capital humano, com o objectivo de aumentar a produtividade, a segunda a  expansão e modernização da infraestrutura, para melhorar a mobilidade e, em terceiro, a diversificação da economia, com foco na segurança alimentar.

João Gimolieca destacou que o financiamento nessas três áreas é 
crucial para alcançar e cumprir a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável. 

Na sessão de abertura, na segunda-feira,17, o secretário-geral da ONU, António Guterres, apelou ao grupo das maiores economias globais, G20, para um estímulo de pelo menos 500 mil milhões de dólares por ano, para que as economias em desenvolvimento atinjam as metas globais.

Durante quatro dias, o encontro de alto nível das Nações Unidas abordou as ameaças ao progresso sustentável.EH/AC





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