Huambo – Vinte formadores do projecto-piloto extensão do mel iniciaram, esta quinta-feira, no Huambo, um curso prático sobre controlo de qualidade, rastreabilidade e certificação na cadeia de valor do produto em Angola.
Trata-se da segunda fase do projecto, com sete representantes das cooperativas de apicultores dos municípios do Bailundo, Cachiungo e Huambo, este último na comuna da Calima, sete estudantes e dois professores da Faculdade de Medicina Veterinária, da Universidade José Eduardo dos Santos (UJES) e quatro técnicos do Instituto de Desenvolvimento Florestal (IDF).
Financiado pela União Europeia, em parceria com as Nações Unidas, o curso teórico teve a primeira fase em Novembro de 2021, onde os formadores aprenderam conteúdos sobre a produção do mel, com objectivo de incentivar a exportação verde em Angola e reduzir a dependência do petróleo.
Do ponto de vista institucional, o programa tem o apoio dos ministérios da Agricultura e Florestas, da Indústria e Comércio e do Ensino Superior, Ciência, Tecnologia e Inovação, através da Faculdade de Medicina Veterinária, afecto à Universidade José Eduardo dos Santos, localizado na província do Huambo.
Com término previsto para domingo (30), o curso, que decorre no auditório da Faculdade de Medicina Veterinária, vai abordar, entre outros, temas ligados à “Rastreabilidade e indicações geográficas do mel”, “Questões ambientais e apicultura em Angola” e “Impacto da mudança climática para os apicultores”.
A formação vai, igualmente, tratar da “Conservação das florestas e apicultura sustentável”, “Como construir um negócio sustentável do mel”, “Consulta política provincial com actores do Huambo sobre a o plano nacional do mel e de monitoramento de resíduos em Angola”.
Na ocasião, a instrutora e especialista em Agricultura e Comércio do Fundo das Nações Unidas (CNUCED), Marisa Rodrigues, disse que o objectivo do projecto passa por reunir todas as entidades ligadas ao desenvolvimento da cadeia do valor do mel.
A responsável informou que, por ser uma actividade ligada à agro-pecuária e florestas, o projecto envolve estudantes, apicultores, órgãos governamentais e privados, que estão a ser orientados para a criação, em uníssono, de um plano nacional para o mel, na perspectiva da sua exportação.
Acrescentou que o plano vai conhecer como os produtores e empresas do mel estão organizados, para obtenção da alavanca do desenvolvimento do produto em Angola, desde a certificação, rastreabilidade e sustentabilidade para o valor acrescido no mercado.
Marisa Rodrigues disse que o projecto tem como berço a província do Huambo, com representantes multidisciplinares, com investigadores que já trabalham nas questões relacionadas ao mel.
Por seu turno, o secretário de Estado para o Comércio, Amadeu de Jesus Nunes, que interveio na abertura da formação, por vídeo-conferência, disse ser fundamental que o programa encontre respaldo ao nível nacional, para a exportação do mel dentro em breve.
Considerou importante a formação, pois os formadores poderão prestar assistência técnica aos empresários locais, que se dedicam na produção do mel.
Aos participantes, o secretário de Estado pediu empenho para o bom uso do mel, quer no consumo doméstico/interno, quer na exportação, para a diversificação das fontes de entradas de divisas em Angola.
Benefícios do Mel
O mel, para além de ser um óptimo adoçante natural, tem vários benefícios, pois, conta com uma acção anti-microbiana capaz de impedir o crescimento ou destruir micro - organismos e, assim, protegê-lo contra inúmeras doenças.
As propriedades do mel no organismo humano combatem, também, a gripe e os problemas respiratórios, assim como ajuda a cicatrizar e prevenir infecções em feridas ou queimaduras superficiais, daí a procura constante nesta fase da pandemia da Covid-19.
Pelas suas qualidades adstringentes e suavizantes, o mel é, igualmente, utilizado largamente na cosmética: cremes, máscaras de limpeza facial, tónicos, entre outros.
