Malanje- Um acordo para reactivação da produção de algodão na Região da Baixa de Cassanje, que compreende os municípios de Cunda-Dia-Base, Cahombo e Quela, em Malanje, foi rubricado hoje, quinta-feira, pela empresa IEP (Investimentos e Participações) e pelo governo provincial.
O acordo de 10 anos renováveis, cuja celebração decorreu no município de Cunda-dia-Base, foi assinado pelo director do Gabinete Provincial da Agricultura e Pescas, Carlos Chipoia e pelo assessor técnico da empresa IEP, António Parsons, sob testemunho do governador provincial, Norberto dos Santos.
A retoma da produção ocorre 37 anos depois e vai inicialmente ocorrer nos municípios de Cunda-dia-Base e Cahombo, estendendo-se mais tarde ao Quela.
O contrato abrange a distribuição de imputes agrícolas e preparação de mil hectares mecanizados por parte da empresa a 700 agricultores familiares, que vão ainda beneficiar de formação para dar início a sementeira em Janeiro de 2022.
A produção daí resultante será adquirida pela IEP, que detém actualmente a empresa Textang II.
Segundo o director técnico da empresa IEP, António Parsons, a formalização do acordo representa um marco rumo a revolução da cadeia de valor do algodão no país, sendo que para tal contam com um fundo de arranque de mais de um milhão de dólares norte-americanos.
Fez saber que nos próximos tempos, a empresa vai estender a produção algodoeira para a comuna de Quizenga, município de Cacuso e instalar máquinas de descaroçamento, para travar a importação dessa matéria-prima.
Lembrou que a Textang II gasta somas avultadas na importação anual de 100 mil e 500 toneladas de fibra de algodão, correspondente a 21 mil toneladas de algodão bruto.
Adiantou que, dentro de três anos, prevê-se atingir 10 mil hectares, com colheitas a rondar as 50 mil toneladas de algodão bruto.
Por sua vez, o governador de Malanje, destacou a importância da reactivação da produção de algodão na Baixa de Cassanje, tendo em conta o seu histórico de região de alto rendimento, contribuindo para geração de renda das famílias produtoras.
Já o responsável do Programa Nacional de Algodão, Carlos Canza, desafiou outras empresas a apostar na retoma desta cultura nas demais províncias com alto potencial, com realce para Benguela, Bengo e Cuanza Sul.
A província de Malanje, que já teve o estatuto de maior produtora de algodão do país, conta actualmente com 250 mil hectares na região da Baixa de Cassange, disponíveis para o cultivo de algodão suspenso em 1979.