Luanda - Os participantes do "Fórum sobre a participação da mulher na economia azul" manifestaram hoje a necessidade de se assegurar a disponibilidade das mulheres no envolvimento da economia azul, enquanto oportunidade para a construção de parcerias, troca de experiências e informações entre os países da organização dos Estados de África, Caraíbas e Pacífico (OEACP).
De acordo com os participantes, a disponibilidade das mulheres visa, igualmente, impulsionar a cooperação técnica nos mares e oceanos e promover a prosperidade e igualdade social e governança marítima eficaz no seio dessa franja.
A apreciação consta das conclusões finais de um encontro, promovido à margem da 10ª Cimeira dos Chefes de Estado e de Governo da Organização dos Estados da África, Caraíbas e Pacífico (OEACP), que se realiza hoje (sexta-feira) e sábado, em Luanda.
No mesmo âmbito, exortam os Estados Membros da OEACP a implementarem mecanismos que irão colmatar o fosso entre a política e a prática, considerando a situação das mulheres na economia azul, bem como a ampliar as vozes das mulheres rurais no sector pesqueiro, enfatizando o papel dos alimentos azuis na actual crise de segurança alimentar na próxima Cúpula de Alto Nível sobre Segurança Alimentar e, particularmente, o papel das mulheres no sistema de alimentos azuis.
Sugerem igualmente que a OEACP deve prestar atenção especial ao apoio de respostas de género às mulheres na economia azul, reunindo programas que capacitarão as mulheres na pesca como forma de desafiar e quebrar barreiras, usando suas habilidades para gerar renda e sustentar a cadeia produtiva, bem como reforçar a utilização sustentável dos oceanos e mares que desempenham um papel importante e visam apoiar o desenvolvimento dos sectores marítimo e costeiro.
A OEACP, as instituições financeiras e parceiros devem estabelecer um mecanismo de financiamento e apoio para apoiar o empreendedorismo azul das mulheres no sector da pesca e alimentos azuis, empoderar as partes interessadas, incluindo grupos marginalizados como mulheres e jovens, para uma participação efectiva nos processos de cogestão da pesca, desenvolvendo uma estratégia para garantir o acesso a treinamento e infra-estrutura.
Aos parceiros de desenvolvimento e a OEACP pedem apoios à participação das mulheres na economia digital, inclusive fornecendo treinamento e capacitação em gestão de negócios digitais (por exemplo, marketing, comunicação e gestão financeira), bem como a participação activa de mulheres, meninas e outros grupos de risco em todos os processos de avaliação de segurança alimentar, agrícola e nutricional.
A OEACP deve trabalhar em estreita colaboração com os Estados Membros, instituições financeiras e parceiros de desenvolvimento para aprimorar a implementação da chamada à acção e desenvolver uma estratégia de implementação e um roteiro para facilitar a tradução do compromisso com programas e projectos para aprimorar o papel que as mulheres podem desempenhar no desenvolvimento socioeconómico dos Estados-Membros, assim como fazer um balanço da implementação da chamada à acção e sua implementação e vinculá-la a outros mecanismos de relatórios.
Durante o encontro, de um dia, foram igualmente apresentados os temas "O papel da mulher da protecção e conservação dos mares e oceanos" e "A mulher e a economia azul como recurso para o combate à pobreza, bem como o testemunho de um caso de sucesso de um projecto de processamento de pescado para mulheres em Angola.
