Governo quer banca a financiar negócios mais sustentáveis

     Economia           
  • Luanda     Sexta, 14 Julho De 2023    15h11  
Secretária de Estado para Acção Climática e Desenvolvimento Sustentável, Paula Francisco
Secretária de Estado para Acção Climática e Desenvolvimento Sustentável, Paula Francisco
Francisco Miúdo-ANGOP

Luanda - A secretária de Estado para Acção Climática e Desenvolvimento Sustentável, Paula Francisco, defendeu hoje a necessidade de existir maior relação entre fundos de financiamento climáticos e a banca, para financiar negócios mais sustentáveis no país.

Ao discursar na abertura da 1ª conferência sobre sustentabilidade na banca, promovida pela Associação Angolana de Bancos (ABANC), a secretária de Estado sublinhou a relação entre os fundos de financiamento climático e a banca, que considerou fundamental para impulsionar a transição para uma economia de baixo carbono.

De acordo com a responsável, a relação poderá promover a sustentabilidade ambiental, impulsionar a inovação e o desenvolvimento de soluções sustentáveis.

Paula Francisco sublinhou que a colaboração entre os fundos de financiamento climático e a banca também impulsionam a inovação pelo facto de os fundos climáticos incentivarem a pesquisa e o desenvolvimento de tecnologias limpas e soluções sustentáveis.

Reforçou que os bancos podem apoiar essas iniciativas fornecendo financiamento para a implementação e comercialização dessas soluções, impulsionando o avanço tecnológico e a adopção de práticas de negócios mais sustentáveis.

De acordo com a secretária de Estado, havendo este casamento, poderá ser mobilizado recursos financeiros significativos e direccioná-los para projectos e iniciativas que ajudarão a mitigar os efeitos das mudanças climáticas.

A secretária de Estado afirmou estar optimista quanto à mudança de paradigma na banca em Angola, por existirem acções e iniciativas positivas por parte de algumas instituições financeiras que estão alinhadas com a sustentabilidade, bem como nos critérios ESG (ambientais, sociais e de governança).

Disse também ser fundamental que se continue a apostar em programas de educação financeira que incluam aspectos relacionados à sustentabilidade, informando aos clientes sobre as opções de investimento responsável, empréstimos sustentáveis e outras práticas financeiras que têm um impacto positivo no ambiente e na sociedade.

Paula Francisco reconheceu que a sustentabilidade e a responsabilidade sócio-ambiental são fundamentais para o sucesso e a relevância de qualquer sector, incluindo o bancário.

“Ao se adoptar estas práticas, estamos não apenas protegendo o ambiente e promovendo a equidade social, mas também garantindo um futuro próspero para as gerações vindouras”, reforçou.

Em relação ao tema da conferência, fez saber que a sustentabilidade e o desenvolvimento sustentável nas suas variáveis Ambientais, Sociais, Económicas e de Governança (ESG), “são elementos fundamentais para avaliar o desempenho das instituições financeiras em relação às práticas sustentáveis e de responsabilidade Institucional.

Frisou que no contexto angolano, a banca tem passado por mudanças significativas e que, por via do regulador Banco Nacional de Angola (BNA), têm sido implementadas reformas para fortalecer a estabilidade financeira e promover a compliance.

Por um lado, a responsável disse que o ESG está intimamente relacionado aos 17 Objectivos de Desenvolvimento Sustentável - ODS, uma vez por estar ligados a práticas empresariais fundamentais para o desenvolvimento sustentável da organização como parte da sociedade.

Em contrapartida, os ODS vão além das acções dentro de uma instituição, pois são compromissos globais entre os mais diversos actores, como governos, sociedade civil e o próprio sector privado.

“A principal conexão entre esses dois conceitos está no facto de que as empresas têm uma função social relevante e devem fazer sentir cada vez mais esta posição, diante dos principais desafios globais de hoje”, acrescentou.

Referiu também que o Governo angolano reconhece a vulnerabilidade do país às alterações climáticas e tem consciência dos impactes que se tem vindo a sofrer e da tendência para os mesmos se agravarem.

“O país tem registado, entre outros efeitos, ciclos recorrentes de secas e inundações que têm vindo a afectar de forma diferenciada as diferentes regiões do país, com consequências ao nível ambiental, social e económico e com mais incidência as regiões situadas a sul”, frisou.

Realçou que o país tem como principal instrumento utilizado pelo Governo de Angola, até o momento, para a gestão e conservação do ambiente, o Fundo Nacional do Ambiente (FNA) - um órgão tutelado pelo Ministério do Ambiente.

 Adicionalmente, continuou a secretária de Estado, existem outros instrumentos e fundos capitalizados via orçamento do Estado que apoiam projectos e programas climáticos.

Nesta senda, disse que a Comissão Económica do Conselho de Ministros aprovou, recentemente, o quadro operacional de financiamento de projectos sustentáveis, um documento que estabelece as linhas orientadoras do Estado angolano no mercado internacional da dívida.

Realçou que com o referido quadro operacional, o país passará a ter acesso a outros fundos de investimentos tendencialmente de instituições financeiras internacionais que mostram cada vez mais vontade para financiar projectos, no âmbito dos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). HEM/PPA

 



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