Inclusão financeira já cobre cerca de 50% da população adulta

     Economia           
  • Luanda     Sexta, 30 Julho De 2021    23h30  
José de Lima Massano, Governador do Banco Nacional de Angola
José de Lima Massano, Governador do Banco Nacional de Angola
Rosário dos Santos

Luanda - O processo de inclusão financeira em Angola já cobre cerca de 50 por cento da população adulta, com acesso à oferta de serviços básicos bancários.

De acordo com o governador do Banco Nacional de Angola (BNA), José de Lima Massano, a referida percentagem, com base nas orientações do Banco Mundial, coloca o país em linha com a média continental africana, levando ao desenvolvimento dos sistemas de pagamento, onde pontificam as transferências instantâneas.

Lima Massano, que falava num fórum sobre a Banca, numa iniciativa anual do semanário "Expansão", referiu que a regulação e supervisão tem que assegurar que o processo de transformação digital do sistema financeiro ocorra sob critérios de segurança, eficácia e competitividade.

"Em  complemento ao alinhamento da regulamentação e supervisão às melhores praticas internacionais, estamos a considerar uma outra iniciativa, que terá um impacto significativo na forma de trabalhar do Banco Nacional de Angola, no domínio da supervisão", considerou Lima Massano, referindo-se à adopção da tecnologia para supervisão conhecida como Suptech (abreviação em inglês para Supervisory Technology).

As bases de dados distribuídas, a robótica, a inteligência artificial e a capacidade, cada vez maior, de computação quântica estão na base da transformação de muitos processos, que propiciam a inovação no sistema financeiro, incluindo no domínio da supervisão, de acordo com o governador do BNA.

Acrescentou que a aplicação de "big data" e inteligência artificial, às ferramentas utilizadas pelos supervisores, aumentam significativamente o volume, variedade, velocidade e validade dos dados sob gestão.

Esta  inteligência artificial permite fazer análises de dados complexos e em grandes volumes, que ultrapassam a capacidade humana e assim substituir as abordagens actuais com base no envio de relatórios e inspeções on-site morosas e frequentemente reactivas.

Nesta componente, o Banco Nacional de Angola tem em curso um projecto específico para adopção gradual do "Suptech", almejando obter ganhos de eficiência nos processos de supervisão prudencial.

Tal supervisão será com base na monitorização em tempo real dos riscos micro e macro-prudenciais, inerentes as instituições financeiras.

Este sistema traz ganhos que se alargarão à supervisão comportamental, a central de risco de crédito e até mesmo para o fundo de garantia de depósitos.

A população angolana hoje é estimada em 30 milhões de habitantes.





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