Luanda – Uma fábrica de processamento de trigo, com capacidade de 700 toneladas/dia - uma média anual de 255 mil e 500 toneladas, entra em funcionamento em Outubro deste ano, nas instalações da Indústria Angolana de Óleos Vegetais (Induve).
Esta unidade resulta de um investimento, desde 2019, de 20 milhões de dólares norte-americanos, dos quais 50% financiado pelo Banco BIC, no quadro do Programa de Apoio ao Crédito (PAC), sendo que a outra metade são capitais próprios.
O investimento enquadra-se na estratégia de resposta ao repto lançado pelo Governo em relação à necessidade de se reduzir as importações e fomentar a produção nacional.
Em declarações à ANGOP, hoje, o administrador financeiro da Induve, Kidy Aragão, disse que a fábrica já se encontra em testes há duas semanas, numa das suas linhas de produção, faltando apenas a segunda.
“ Os testes já começaram e cada linha tem capacidade para produzir 350 toneladas de trigo por dia”, sublinhou a fonte.
Com esta nova empreitada, disse o gestor, a unidade fabril vai permitir criar 125 novos postos de trabalho directo.
A ANGOP constatou que as obras de edificação da unidade fabril, as fundações para a instalação dos silos de grande capacidade e os armazéns para o armazenamento e reservas do grão a longo prazo estão praticamente concluídas.
Em relação à matéria-prima para sustentar a unidade, Kidy Aragão referiu que continuará a ser importada por incapacidade do mercado nacional de dar resposta às necessidades.
“Infelizmente ainda será importada por um bom tempo. Já existem alguns agricultores a produzir trigo, mas o acondicionamento e o escoamento do mesmo continua a perigar a produção”, lamentou.
Quando foi inaugurada em 1957, a Induve tinha na sua linha de produção dois produtos: óleo vegetal, feito através do girassol, e o sabão em barra.
Com o processo de redimensionamento do sector empresarial estatal, a empresa foi privatizada em 2003 e passou a incluir na sua linha de produção a farinha de milho amarela e a ração animal.
A fonte da matéria-prima sempre foi o mercado externo, por insuficiência local, mas hoje já fornece 20% do milho para a produção da fuba de milho.