Luanda – A economista Juliana Evangelista considerou hoje a cooperação entre Angola e Turquia como um vector para a recuperação económica e da promoção da diversificação dessa actividade no país.
Em entrevista à Angop, no quadro a visita do Presidente João Lourenço à Turquia, a economista considerou as acções de diplomacia económica do Chefe de Estado angolano de oportunas e favorável, visto que tem permitido maior atracção de capital estrangeiro e intensificar as trocas comerciais.
“Angola enfrenta enormes problemas estruturais e difíceis de ultrapassar, para além da consolidação orçamental, que tem a ver com a redução o défice e da dívida. É preciso seguir o caminho da recuperação económica promovendo a abertura e a diversificação da economia”, explicou.
Para a entrevistada, com os 10 acordos assinados nos domínios do comércio, da economia, dos recursos minerais e dos transportes, além de aspectos consulares e diplomáticos, pretende-se que se anime o desempenho da balança comercial entre os dois países.
A economista entende que Angola precisa de investimento e do know-how estrangeiro, e que a cooperação turca surge como factor de elevação para o país, na medida em que a Turquia possui um conjunto de potencialidades económicas e tecnológicas em diversos sectores que podem ser bem exploradas.
Segundo a responsável, Angola e a Turquia estão em diferentes estágios de desenvolvimento económico e industrial e, nesta perspectiva, pode-se aproveitar as valências e a experiência turca na implementação de processos de produção de trigo com vista aumentar a produção do grão, bem como o aproveitamento da cadeia de valor deste cereal.
“Dados oficiais recentemente publicados apontam que o consumo anual de farinha de trigo em Angola é de cerca de 650 mil toneladas, e perspectiva-se um aumento para as 1200 toneladas até final do ano”, referiu.
No entanto, resume a especialista, é imprescindível a preparação de infra-estruturas agrícolas e técnicas para a produção e exploração deste produto e suprir as necessidades locais e num segundo estágio para exportação, principalmente, na zona intercontinental africana.
A especialista entende que o investimento estrangeiro funciona como um catalisador para a diversificação da economia nacional, criação de emprego, transferência de know-how e tecnologia e, por outro lado, irá proporcionar a redução do preço deste produto e consequente os produtos da cadeia de valor.
Para a economista, o crescimento económico surgirá por via das empresas privadas e que estas devem encontrar a melhor forma de financiar os seus projectos, aproveitando as vantagens tecnológicas daquela economia madura.
Num outro ângulo, a interlocutora afirmou que se espera também da cooperção a isenção dos vistos nos passaportes de serviço para estimular a mobilidade dos empresários nos dois sentidos e aumentar-se as trocas comerciais.
De acordo com Juliana Evangelista, com a abertura do espaço aéreo entre Angola e a Turquia, espera-se aumentar a mobilidade por parte dos empresários e público, de uma maneira geral, nos dois sentidos.
“ Haverá aproximação entre os dois países, maior fluxo turístico de ambos os lados, a melhoria dos processos de participação em feiras e eventos de negócios com instituições públicas e privadas”, acredita a entrevistada.
Paralelamente à ligação directa à Turquia, a técnica avança que irá acelerar a indústria do turismo nacional, que com enorme potencial de crescimento em Angola, considerada como a alavanca de crescimento da economia fora do sector petrolífero e fonte de arrecadação de divisas.
Com o crescimento do turismo, disse ela, nasce a oportunidade de se preparar um conjunto de empresas da cadeia de valor deste sector, nomeadamente, a cadeia de hotéis, restauração, transportes, agências de viagens que organizam excursões, comércio local,entre outros serviços de cariz turístico.