Luanda - O Executivo angolano prevê lançar um total de 112 empresas em processos de privatização de activos e participações do Estado em vários sectores, em Angola e no estrangeiro, no período de 2021 a 2022.
Para os próximos dias, no âmbito das privatizações, está previsto o lançamento do concurso público para a privatização de 30 unidades fabris espalhadas na Zona Económica Especial (ZEE) Luanda- Bengo, cujo anúncio foi feito nesta quarta-feira, em Luanda, pelo Instituto de Gestão e Participações do Estado (IGAPE).
Nesta terceira vaga na ZEE, constam na lista a Angola Cabos (indústria de fibra óptica), Angotor (de torneiras), Undupame (de pavilhões metálicos), induplastic (de plásticos PVC), Indugalv ( de galvanoplastia), Indutubo (de tubos PEAD), Infer ( de ferragem), Matelectrica (de material elétrico), Indulouças (de louça sanitária), Ninhoflex ( de colchões), são entre outras ja visadas para a privatização.
O Roadshow Internacional de promoção do Programa de Privatizações (Propriv), decorreu por videoconferência e foi dirigido, nesta primeira ronda, a investidores portugueses, numa iniciativa do Ministério das Finanças e o IGAPE (Instituto de Gestão de Activos e Participações do Estado).
Neste ano de 2021, foram já lançados concursos de privatização da ENSA-Seguros de Angola (51% do seu capital), o Banco de Comércio e Indústria (BCI), a rede de hotéis do Infotur , participações na Net One e outros ligados à infraestrutura agro-industriais.
De acordo com o administrador executivo do IGAPE, Augusto kalikemala, estão em processo de preparação para a privatização, parcial e total, da Unicargas, da Secil Marítima, do projecto agro-pecuário da Aldeia Nova (Cuanza Sul), da Cimangola (fábrica de cimento), e das participações retidas nos bancos Angolano de Investimento (BAI) e Caixa Angola.
Integram ainda a lista, em processo de preparação, a empresa de telecomunicações Multitel e as acções retidas na Sonangalp.
Fazem parte dos processos subsequentes, a Angola Cables, a TV Cabo, a Biocom-Companhia de Bioenergia, entre outros alistados.
Os perímetros irrigados do Caxito (Bengo), das Gangelas (Huila), Mucoso (Cuanza Norte), Waco Kungo (Cuanza Sul) também vão ser privatizados.
A Sonangol e sua lista
A Sonangol aparece, de igual modo, com uma vasta lista, entre os quais a privatização dos activos retidos na Sociedade de Refinação da Costa do Marfim (Societe Ivoiriense de Raffinage), da Enco (Empresa Nacional de Combustíveis e Óleos), localizado em São Tomé e Príncipe, da Diraniproject III- projectos imobiliários, situado em Portugal.
O processo de venda da participação da Sociedade Nacional de Combustíveis de Angola (Sonangol) na empresa China Internacional Holding (CSIH) pode começar também este ano.
Criada em 2004, a China Sonangol International Holding está baseada na cidade de Hong-Kong, desde 06 de Setembro de 2012.
A CSIH é detida pela Dayuan International Development Limited (70 por cento), cabendo à empresa angolana a participação minoritária de 30 por cento.
Outros 30% de capital a desinvestir estão retidos também na China Sonangol Internacional, baseada em Hong Kong.
De 2019 a 2020, foram privatizados 33 empreendimentos diversos, dos 195 previstos, que contribuíram para o erário com Kz 355 mil milhões 120 milhões 099 mil e 752.
A ministra das Finanças, Vera Daves, que participou na cerimónia de apresentação do próximo concurso público de privatização, apelou os investidores nacionais e estrangeiros a apostarem nas oportunidades lançadas pelo Governo, com a privatização dos activos e participações do Estado, nos mais diversos ramos.
Com estas privatizações, o Estado quer diminuir a sua intervenção na gestão deste empreendimentos, reduzir os custos com o sector empresarial publico (SEP)e aumentar a produtividade nacional e a competitividade.
Por sua vez, o embaixador de Portugal em Angola, Pedro Pessoa e Costa, garantiu apoiar o Executivo na atracção de mais investidores para o país, tendo em conta o interesse das empresas portuguesas.
“Os empresários portugueses olham para Angola com interesses de estabelecer parcerias com as empresas angolanas”, considerou o embaixador, sublinhando que as empresas portuguesas são sempre bem-vindas para Angola.