Mais de 30 empresas do Moxico encerram actividades por falta de liquidez

     Economia           
  • Moxico     Terça, 30 Janeiro De 2024    20h38  
Empresário, Agrione Manuel
Empresário, Agrione Manuel
Kinda Kyungu

Luena - Pelo menos 32 empresas encerraram suas actividades na província do Moxico, em 2023, por falta de liquidez, informou, esta terça-feira, o presidente da Câmara de Comércio e Indústria do Moxico, Agrione Manuel.

Em declarações à ANGOP sobre o estado do sector na província, disse que a dificuldade no cumprimento das obrigações tributárias, a elevada dívida contraída pelas instituições do Estado são as principais razões do encerramento das referidas empresas, que maioritariamente actuam nas áreas de prestação de serviços e comércio, reduzindo a taxa de empregabilidade na região.

Conforme o responsável, a taxa do Imposto Industrial cobrado actualmente, situada em 25 por cento, continua alta e desajustada com a realidade  empresarial no Moxico, tendo em conta a sua localização geográfica, região que dista a mais de mil e 200 quilómetros de Luanda, considerado maior centro económico do país .

Para dirimir as dificuldades da classe empresarial nesta região do país, defende uma revisão da actual taxa do imposto industrial,  que na sua óptica estaria abaixo de 20 por cento.

Agrione Manuel solicitou, igualmente, maior sensibilidade e cautela na aplicação das multas às empresas, por parte da Administração Geral Tributária (AGT),  justificando que o atraso da liquidação da dívida das instituições do Estado tem dificultado o cumprimento regular das obrigações tributárias.

Recentemente,  a ministra das Finanças, Vera Daves, informou, no Luena, que os Governos provinciais e as Administrações Municipais passarão a liquidar dívidas contraídas pelo Estado no período 2020-2023, em prestação de serviços.

Conforme a governante, os referidos compromissos passarão a ser honrados a partir deste ano (2024), com o orçamento corrente que estas unidades orçamentais beneficiam.

Já os compromissos assumidos pelo Estado no período 2013-2019, mediante a prestação de serviços, as unidades orçamentais, no caso os Governos províncias e Administrações Municipais deverão reconhecer a existência da dívida e carregar para o sistema, para ser certificada pela Inspecção Geral da Administração do Estado (IGAE), de acordo com a ministra.

Má gestão na principal causa da falência empresarial

Um estudo do Instituto Superior Politécnico Privado Walinga, consultado recentemente pela ANGOP, aponta a má gestão no sector empresarial privado como a principal causa da falência de várias organizações económicas da província do Moxico.

A par da má gestão interna das empresas, com 64,7 por cento, a falta de inovação, com uma representação de 17,6 por cento, é a segunda causa de falência de muitas empresas locais, conforme o referido estudo.

A referida pesquisa aponta, que resultado de um questionário aplicado aos contabilistas da região, apontam, igualmente, a falta de financiamento, a crise económica, bem como a inserção num sector económico estagnado, como as outras causas da falência das empresas com 5,9 por cento cada de influência. 

 A província do Moxico conta com mais de um milhão de habitantes, de acordo com a projecção do Instituto Nacional de Estatística (INE), durante o Censo Populacional de 2014. TC/YD





+