Malanje: Munícipes vêem poder de compra de volta

     Economia           
  • Malanje     Segunda, 08 Novembro De 2021    17h18  

Malanje- O resgate do poder de compra passa a ser faseadamente uma realidade no seio dos cidadãos na província de Malanje face a descida dos preços dos bens alimentares, que se vem registando nos últimos dias.

Essa constatação foi feita pela Angop, durante uma ronda efectuada em alguns mercados informais e estabelecimentos comerciais da cidade de Malanje de vendas de produtos que compõem a cesta básica.
 

Nos armazéns do bairro do Ritondo, uma zona destinada ao comércio grossista, a adesão de clientes tende a aumentar, tudo porque os preços tiveram alguma baixa, devolvendo assim alguma capacidade de aquisição dos cidadãos.
 

O arroz, massa alimentar, fuba de milho, feijão, açúcar, trigo, massa tomate, ovo e conservas, figuram da lista dos produtos mais vendidos à base da chamada “sócia”, uma prática muito comum nos últimos anos no país, que envolve mais de uma pessoa na compra e divisão de produtos a grosso por unidade.
 

A baixa dos preços abrange também os frescos, provocando assim o aumento de clientes nos frigoríficos de carne, peixe e outros congelados na zona de comércio adjacente ao mercado da catepa, onde vigora igualmente as “sócias”.
 

As “sócias” dão a possibilidade de dois clientes associarem o dinheiro correspondente ao valor de um saco de arroz, uma caixa de óleo, uma caixa de frango ou outro produto e repartirem, quando sozinhos não têm a possibilidade de adquirir unidades.

 

Hoje nos maiores mercados informais da cidade de Malanje, nomeadamente dos bairros Cangambo, Catepa e Ritondo, o saco de arroz de 25 quilos antes vendido a 17 passou a 11 mil Kwanzas, enquanto o saco de trigo de 25 kg custa 21 mil contra os 25 mil e 200 Kz.
 

Já a fuba de milho baixou de 18 para 11 mil kwanzas e o açúcar de 21 para 18 mil, enquanto a caixa de óleo alimentar é vendida a 16 mil e 500 kwanzas contra os 20 mil anteriores.
 

Enquanto isso, a caixa de frango passou de 19 mil para 17 mil, a galinha rija de 17 para 15 mil e a costeleta de porco registou uma considerável baixa (26 para 21.600 Kz).
 

Alguns entrevistados pela Angop consideraram que a baixa dos preços está a trazer algum alento às famílias, na medida em que vêem o poder de aquisição voltando aos poucos, mas apelam para mais algum “exercício do Executivo”, no sentido de se voltar aos preços mais justos.
 

Defendem que ainda assim o cidadão comum não tem acesso fácil aos bens de primeira necessidade, sendo que os salários ou outros rendimentos dos munícipes ainda não são compatíveis para fazer face a realidade de vida actual.

 

A compradora do mercado da Catepa, Belinha Osório, confirma que os preços registam ligeira baixa, mas urge abranger para além dos bens alimentares, outros produtos e serviços.
 

Vanuza Mucongo, utente da praça do Ritondo corrobora a necessidade dos preços baixarem mais, tendo em conta que o salário da função pública não acompanha a dinâmica do mercado, realçando que apesar da redução do preço da cesta básica, há ainda pessoas a padecer de fome.
 

Por sua vez, Elizabeth Sebastião, compradora do mercado da Cangambo, realçou que embora os preços vêm baixando, a dieta alimentar ainda continua a ser um “quebra” cabeças, por isso apela ao governo a envidar mais esforços para dar melhor oportunidade de vida aos cidadãos.
 

Uma das medidas assertivas, realçou, é a redução do IVA (Imposto Sobre Valor Acrescido) de 14 para 7 por cento, uma vez que com isso os empresários também deverão baixar os preços dos produtos, sobretudo os importados.
 

O gerente do armazém “Nelson Comercial”, Maurício Tomé, disse que a redução dos preços no seu estabelecimento deve-se a facilidade actual de importação dos produtos de Luanda para Malanje, bem como o aumento da oferta no mercado nacional, resultado das políticas que Executivo está a adoptar em prol do mercado financeiro.

 

Já Cuabata João Miguel, gestor de uma outra loja, é de opinião que os preços dos produtos da cesta básica poderão baixar mais nos próximos dias, restabelecendo o poder de compra dos clientes.
 

Realçou que o número de cliente tende a aumentar face aos preços praticados actualmente.
 





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