Luanda- As participações da delegação angolana na Exposição Internacional de Horticultura – Expo Doha (Catar) 2023 e de empresas nacionais na 30ª conferência sobre mineração em África “Mining Indaba”, na África de Sul, marcaram o noticiário económico da semana que hoje, sábado, finda.
No domingo, 4, Angola celebrou o seu Dia Nacional na Expo Doha 2023 (aberta no dia 2 de Outubro de 2023 e termina a 28 de Março do corrente ano), numa cerimónia em que a delegação do país foi liderada pela ministra do Ambiente, Ana Paula de Carvalho.
Na mensagem de boas-vindas aos convidados, o Presidente da República, João Lourenço, referiu que “A história da humanidade regista, ao longo dos tempos, desafios e oportunidades. Assim é também na actualidade. O nosso planeta continua a registar um rápido crescimento populacional, desafiando-nos para um crescimento económico mais robusto e inclusivo”.
Para o Chefe de Estado angolano, a Exposição Internacional de Horticultura – Expo 2023 Doha constitui uma excelente oportunidade para que se avalie o estado da arte e se perspective o futuro global na base do trinómio “agricultura moderna, tecnologia e inovação e sustentabilidade”.
“O tema do nosso pavilhão é ´Plantar para a Vida´, como mote para que continuemos a preparar a terra e a lançar as sementes de um futuro sustentável, para que as futuras gerações colham os seus frutos com confiança num mundo melhor”, conclui João Lourenço.
Neste evento, a ministra do Ambiente, Ana Paula de Carvalho, disse que Angola está comprometida em apoiar o investimento estrangeiro e criar um ambiente de negócios favorável, com incentivos atraentes, incluindo fiscais.
A governante, que falava em representação do Presidente da República, João Lourenço, apelou ao empresariado do Qatar para considerar o mercado angolano como destino dos seus investimentos, assegurando que beneficiarão de incentivos fiscais e assistência para a integração na cadeia de valores.
Por seu lado, o ministro do Ambiente e Mudanças Climáticas do Qatar, Abdullah Al Subaie , augurou para Angola a materialização dos" projectos fortes" que tem nos domínios do ambiente e da segurança alimentar.
Considerou importante para Angola e o Qatar a cooperação política e económica, como nos ramos dos petróleos, do ambiente, da educação e das relações internacionais.
No Dia Nacional de Angola na Expo Doha 2023, políticos, diplomatas, empresários, académicos e demais personalidades prestigiaram, com a sua presença, na cerimónia.
A actividade contou com as presenças do secretário de Estado para a Agricultura e Pecuária, João Manuel Bartolomeu da Cunha, do embaixador angolano no Qatar, António Coelho Ramos da Cruz, da comissária-geral de Angola na Expo, Albina Assis, de membros do corpo diplomático acreditado no Qatar e vários cidadãos angolanos.
Já na 30ª conferência sobre mineração em África “Mining Indaba”, aberta na segunda-feira,5, na cidade do Cabo (África de Sul), com o lema “Abraçar o poder da disrupção positiva: um novo futuro ousado para a mineração africana”, participaram 14 empresas angolanas do sub-sector diamantífero e não diamantífero, cuja missão foi chefiada pelo ministro dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, Diamantino de Azevedo.
Das várias empresas mineiras nacionais, fizeram parte a Endiama e a Sodiam, estatais, bem como Catoca, Chitotolo, Luele, Furi, Kaixepa, AJ Silva, Geosondas, HM Granitos, Minbos e Shining Star.
Na Mining Indaba, maior evento africano de investimentos no sector mineiro (decorrido de 5 a 8 deste mês), com seis mil 500 conferencistas, entre governantes de países participantes, CEO de multinacionais, investidores e especialistas entre outros, Angola contou com dois stands de exposição, sendo um para empresas do subsector de diamantes e outro institucional.
O Dia de Angola no evento aconteceu na terça-feira (6).
Ao intervir no acto, o ministro dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, Diamantino de Azevedo, disse que Angola apresentou novas intenções de investimento na conferência, com o intuito de continuar a desenvolver o sector mineiro do país.
“Trouxemos novas intenções de investimentos. Viemos promover novas áreas que estão disponíveis para atracção de financiamento ao país”, declarou Diamantino de Azevedo que chefiou a delegação angolana ao Mining Indaba.
No quadro do Mining Indaba, um Memorando de Entendimento Estratégico que visa promover o sector diamantífero foi assinado, na Cidade do Cabo, entre a Agência Nacional de Recursos Minerais (ANRN), a Endiama e a Sodiam com a multinacional De Beers.
O memorando, assinado na presença do ministro dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, Diamantino de Azevedo, visa o aumento da produção de diamantes, crescimento da mineração de diamantes aluviais e melhoria das oportunidades de desenvolvimento social, em benefício dos cidadãos nacionais.
O presidente do Conselho Executivo da De Beers, Al Cook, considerou, na ocasião, que Angola continua a dar o exemplo como um país que reformou as suas perspectivas, através de uma maior transparência, da adopção de melhores práticas reconhecidas internacionalmente e de um ambiente de investimento favorável aos negócios.
Para o PCA da Endiama, Ganga Júnior, trata-se de uma parceria estratégica com o objectivo de aumentar a produção de diamantes em Angola e contribuir para o desenvolvimento socioeconómico do país.
Mencionou-se igualmente na semana que o sector de exploração petrolífera e do gás de Angola deverá beneficiar de um investimento superior a 71 mil milhões de dólares (um dólar vale kz 830), nos próximos cincos anos.
Falando em conferência de imprensa de balanço dos cinco anos de existência desta agência, o presidente do Conselho de Administração (PCA) da Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANPG), Paulino Jerónimo, afirmou que o investimento aumentou (entre 2022 e 2023), passando de cerca de USD 5.6 mil milhões para 12 mil milhões de dólares.
Ressaltou na semana que o Governo prevê privatizar 26 activos este ano, constando deste conjunto a Unitel, o Banco Fomento Angola (BFA) e a Ensa.
Estes activos foram seleccionados para privatizar em Bolsa de Valores, no quadro do programa de alienação do Instituto de Gestão de Activos e Participações do Estado (IGAPE), anunciou o secretário de Estado para Finanças e Tesouro, Ottoniel dos Santos.
Esta decisão resulta da 1ª reunião, do ano, da Comissão Nacional Interministerial do Programa de Privatizações (PROPRIV), que determinou igualmente a alienação da participação do Estado no Stander Bank Angola, a partir de um mecanismo de aceleração criado para os processos adjacentes à privatização, por via de procedimento de oferta pública inicial.
Ainda o IGAPE informou que o Estado angolano encaixou, em 2023, um montante de 47.9 mil milhões de kwanzas, com a venda da participação em 11 Activos.
Do balanço do ano 2023 do IGAPE, Ottoniel dos Santos fez saber que este valor resulta da venda, por via do Programa de Privatizações (PROPRIV), de um conjunto de Activos da Sonangol e da Zona Económica Especial Luanda-Bengo (ZEE-Luanda/Bengo).
Conforme o também porta-voz da Comissão Nacional Interministerial do PROPRIV, dentre os activos alienados destacam-se dois da Sonangol, ligados à produção petrolífera, num montante de 41 mil milhões de kwanzas, sobre o valor global arrecadado.
Destacou-se igualmente na semana finda, a assinatura, na África do Sul, do acordo para transportar minerais pelo Corredor do Lobito, entre as empresas Trafigura e Kamoa-Kakula, com a LAR – Atlantic Lobito Corridor, a empresa que gere a operação do corredor.
De acordo com uma nota de imprensa, enviada à ANGOP, o acordo marca os primeiros compromissos comerciais de longo prazo com o Corredor do Lobito, uma nova rota comercial de importação e exportação entre o Cinturão de Cobre Africano e a costa atlântica de Angola.
O presidente Executivo da Trafigura, Jeremy Weir, espera que outros clientes se juntem à Ivanhoe Mines e à Trafigura nos próximos meses.AC
