Benguela – O livro “Privatizações em Angola”, do docente universitário Mateus Vunge, chegou, esta sexta-feira, pela primeira vez, às mãos dos leitores na província de Benguela, numa sessão de venda e assinatura de autógrafos.
Privatizações em Angola - “O paradigma das empresas públicas e perspectivas dos serviços públicos” – o título original – foi publicado em Novembro de 2022, na província de Malanje, pelas mãos da Editora Ésobrenós.
Seis meses depois, a obra está, agora, disponível aos leitores benguelenses dos vários quadrantes da sociedade.
Com 133 páginas e quatro capítulos, nomeadamente Privatizações (I), Sector Empresarial Público (SEP/II), Processo de privatizações de empresas públicas (III) e Privatizações dos serviços públicos – contexto e perspectivas (IV), o livro é o segundo de Mateus Vunge, licenciado em Gestão e Administração Pública e mestre em Ciências Empresariais.
Estudantes de ciências sociais, a saber, Gestão, Economia e Contabilidade constituem o público-alvo desta obra, que aborda na vertente económica sobre as privatizações das empresas públicas no país, com foco no Programa de Privatizações do Governo angolano, designado PROPRIV (2019-2022).
Na ocasião, o autor também disponibilizou aos leitores, em Benguela, a sua primeira obra, intitulada “Como gerir o salário e criar um pequeno negócio”, que fala sobre educação financeira e empreendedorismo para os funcionários e empreendedores.
A este propósito, o docente universitário Mateus Vunge realçou que o livro também olha para as perspectivas sobre a institucionalização das autarquias locais em Angola, tendo em conta o processo de transferência de um bem público para o sector privado.
Falando à ANGOP no largo da Peça, na cidade de Benguela, que acolheu a sessão de venda e assinatura de autógrafos dos dois livros, o académico sustenta que o sector da economia deve ser regulado e que, quanto menor for a intervenção do Estado, melhor será para o mercado.
Quanto ao PROPRIV, o mestre em Ciências Empresariais lembra não ser a primeira vez que se fala de privatização em Angola, mas desta vez, como notou, o processo é mais aberto, pois não há adjudicação directa.
“O Estado não decide com quem vai ficar a empresa, mas sim através de um concurso público onde cada cidadão ou grupo empresarial pode concorrer”, frisou.
Como estamos numa economia de mercado, o autor acredita que este processo de privatizações é o mais correcto e ainda dá conta de outro aspecto positivo do PROPRIV, que é a informação disponível, permitindo a qualquer cidadão interessado acompanhar o preço em que um activo do Estado está a ser alienado.
Para ele, muitas vezes, algumas empresas públicas apresentam resultados negativos, durante três ou quatro anos seguidos, daí a necessidade da sua privatização.
Com efeito, Mateus Vunge, citando dados do Instituto de Gestão de Activos e Participações do Estado (IGAPE), destacou que, desde o lançamento do PROPRIV, em 2019, já foram privatizadas até agora 93 activos do Estado, o que resultou num encaixe de mais de 600 mil milhões de kwanzas para o erário.
Sobre a obra de educação financeira, Mateus Vunge afiança que traz ferramentas específicas para ajudar as pessoas a terem uma melhor gestão do salário e ainda encorajar aquelas que querem abraçar o empreendedorismo e contornar as dificuldades do dia –a-dia.
Sobre o autor
Actual administrador municipal de Calandula, em Malanje, província de que é natural, Mateus Baptista Vunge é licenciado em Gestão e Administração Pública, pela Universidade Agostinho Neto, tem um MBA em Finanças, mestre em Ciências Empresariais e ainda especialista em Planeamento do Desenvolvimento Municipal Autárquico pela Escola Nacional de Políticas Públicas (ENAPP).JH/CRB