Micro e pequenas empresas lideram 90% da indústria

     Economia           
  • Luanda     Terça, 24 Novembro De 2020    18h46  
Zona Industrial da BIOCOM, na província de Malanje (Arquivo)
Zona Industrial da BIOCOM, na província de Malanje (Arquivo)
Joaquina Bento-ANGOP

Luanda - As micro e pequenas empresas em Angola representam 90% da base empresarial no sector industrial, num universo de dois mil 623 unidades.

No seu conjunto, as micro, pequenas, médias e grandes indústria contribuiram, este ano, com um crescimento negativo estimado em um por cento no PIB, face ao contexto mundial.

Segundo dados  avançados, nesta terça-feira, pelo Gabinete de Estudo e Planeamento (GEPE) do Ministério da Indústria e   Comércio, dos 90%, mil e 805  indústrias transformadoras  representam as micro-empresas e  818  as pequenas empresas.

Os restantes 10%, 219 representam as médias empresas e 39 grandes empresas, perfazendo um total nacional de dois mil e 881 indústrias transformadoras em operatividade em Angola.

Geograficamente, as indústrias transformadoras estão concentrados, na sua maioria, na província de Luanda, com 52%, Benguela com 10%, Huíla com 7,5%, Cabinda 6,5% e Huambo com 4,7%,  reunindo, no seu conjunto, 80% das infra-estruturas em Angola.

Estas unidades fabris, entre  2015 a 2018, tiveram uma contribuição média de 6,5% no PIB, tendo em 2019, atingido o pico de 0,8%.

Os dados apresentados pelo director-geral do GEPE, Osmar Barros, durante uma conferência sobre “Pensar Indústria 2020”, no quadro do Dia da Indústria, indicam que este sector emprega  411 mil e 698 (4,5%).

Níveis de produção

A produção de alguns bens do primeiro ao terceiro trimestre deste ano teve uma variação, sobretudo a partir do mês Março, período em que o país registou os primeiros casos positivos da pandemia da Covd-19.

Com base em dados extraídos da pesquisa da produção industrial de Angola (PPIAM),  os níveis de produção de farinha de milho passou  de 13.697,60  toneladas no primeiro trimestre, para 22.964,39 toneladas no segundo trimestre  e 17.514,22 no terceiro trimestre, ou seja, um total de  54 mil 176, 21 toneladas.

A produção de farinha de trigo  atingiu níveis na ordem  296 mil 579 e 28 toneladas, de Janeiro até Setembro deste ano, das 768 toneladas em termos de capacidade instalada/ano.

Da capacidade instalada de massas alimentícias por ano, de 203 mil 300 toneladas, este subsector viu duplicar para 503 mil 764,49 toneladas.

A produção de açúcar, pela Biocom, foi de 101 mil e 148 toneladas, não tendo registos no primeiro trimestre deste mesmo ano.

Já os níveis de produção de leite em pó passou de  três mil e 653,60 toneladas, no primeiro trimestre, para dois mil 762,03, no segundo, e dois mil 551,63, no terceiro trimestre deste ano, tendo um total de oito mil 957,33 toneladas.

Neste subsector, o país conta com uma capacidade de produção de leite em pó na ordem dos  38 mil e 479 toneladas por ano.

No campo da indústria de bebidas, como cervejas, sumos, água de mesa e refrigerantes, a produção teve pouca variação de Janeiro a Setembro deste ano, em análise.

Quanto a produção de  cervejas, observa um ligeiro aumento,  passando de um milhão 463 mil 777,80 hectolitros no primeiro trimestre para um milhão 526 mil 947, 97 no segundo e um milhão 943 mil e 8, 53 hectolitros.

De Janeiro a Setembro, a indústria de cervejas produziu quatro milhões 933 mil e 734,30 hectolitros, dos  17 milhões 445 mil e 900 hectolitros da capacidade instalada/ano.

A produção da indústria  de água de mesa, neste mesmo período, fixou-se em três milhões 870 mil 195,6 hectolitros face aos 11 milhões 464 mil e 139 hectolitros de capacidade/ano de produção.

Os sumos, com uma capacidade de três milhões 306 mil e 340 hectolitros, a produção atingiu 162 mil 188,49 hectolitros, no primeiro trimestre, 126 mil 909,89, no segundo, e 114 mil 80,79 hectolitros, no terceiro trimestre, tendo uma produção acumulada de 403 mil 178,33 hectolitros.

Nos refrigerantes, a queda foi um pouco mais expressiva,  saindo de 771 mil 712,87 hectolitros, no primeiro trimestre, para 431 mil 675,20, no segundo trimestre, e recuperando ligeiramente no terceiro trimestre, para 569 mil 247,94 hectolitros.

A produção de varão de aço atingiu 71  mil 215 ,81 toneladas, e tubos de aço, em 19 mil 934,05 toneladas.

O cimento de marca Portland foi, de igual modo, referenciado na apresentação da produção nacional dos nove meses deste ano, com uma produção de um milhão 829 mil 95,11 toneladas.

A indústria transformadora em Angola depara-se com vários desafios, entre os quais,  a disponibilidade de infra-estruturas bem desenvolvidas e dotadas de energia, água, transportes e  telecomunicações.





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