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Académicos apontam caminhos para desenvolvimento do Moxico

     Economia              
  • Moxico • Sexta, 15 Setembro de 2023 | 05h23
Artérias da Cidade do Luena-Moxico
Artérias da Cidade do Luena-Moxico
Teotónio Chilambavo - ANGOP

Luena - A falta de investimento privado de grande porte é apontada como o principal factor impeditivo do crescimento socioeconómico e do desenvolvimento da província do Moxico.

A constatação foi feita, esta quinta-feira, no Luena, capital provincial, pelos académicos e outros membros da sociedade civil local, durante uma mesa redonda que abordou os "Avanços e perspectivas" da região, no quadro da celebração dos 106 anos da província do Moxico, que hoje se assinala.

Intervindo durante o referido encontro,  o economista e docente universitário Dinis Mussango defendeu  que este défice será ultrapassado com a conjugação de esforços, a todos os niveis, com vista a  galvanizar o desenvolvimento da região.

 "Não podemos olhar apenas para o Estado como o provedor de todas situações que enfermam a sociedade, temos de apostar e  convidar iniciativas privadas”, ressaltou.

Não obstante a isso, disse que o futuro da província passa pela maior  aposta na formação das áreas técnicas, para granjear competências na transformação dos recursos naturais que a região possui para estar alinhada na rota do crescimento económico.

O académico defendeu, igualmente, a necessidade dos jovens apostarem fortemente no empreendedorismo, de forma criativa e inovadora, aproveitando da melhor maneira os incentivos do  Estado nesta matéria, a emissão de garantias aos jovens para garantir o fornecimento de serviços e bens na região.

Ainda na perspectiva do desenvolvimento da região, a especialista em Administração Pública, Ruth de Freitas, destacou os ganhos que a província obteve nos últimos anos, em diversas áreas, embora reconheça a necessidade de mais investimentos que possam responder às necessidades das comunidades, como a melhoria do saneamento e construção de mais infraestruturas habitacionais.

Já o historiador Daniel José, de 83 anos,   entende que a província registou alguma evolução, se comparado com o   passado, entretanto "há muito ainda por ser feito, sobretudo no capítulo das estradas intermunicipais".

Por sua vez, o vice-governador para o sector Político, Económico e Social, Victor da Silva, reconheceu a carência, fundamentalmente, de estradas, acesso à distribuição de energia eléctrica e águas nas comunidades, bem como o reduzido número salas de aulas.

Entretanto, reiterou que já existem projectos elaborados pelo Governo, que garantam maior aposta nas referidas áreas sociais, para garantir o desenvolvimento da província.

A promoção agropecuária é um dos eixos importantes escolhido pelo Governo, de acordo com o responsável, para dinamizar o desenvolvimento do Moxico, uma vez que a circunscrição apresenta características climáticas propícias para a produção agrícola e pecuária.

Para tal, disse, é preciso o engajamento da participação dos empresários para produção em grande escala da mandioca, milho, massambala, batata doce e outras culturas que a província oferece.

Actualmente com perto de um milhão de habitantes, a província foi elevada à esta categoria a 15 de Setembro de 1917, por via do Decreto 3365, contando com nove municípios, nomeadamente Alto Zambeze, Bundas, Camanongue, Léua, Luacano, Luau, Luchazes, Cameia e Moxico. 

Moxico é limitada, a norte, pela província da Lunda Sul e pela República Democrática do Congo (RDC), a leste, pela República Zâmbia, a sul e ao oeste pelas províncias do Cuando-Cubango e Bié, respectivamente. MT/TC/YD

 





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