Falta de soja reduz produção de ovos no Namibe

     Economia           
  • Namibe     Quarta, 20 Dezembro De 2023    17h24  
A criação de ovos (Foto ilustração)
A criação de ovos (Foto ilustração)
Leonardo Castro

Moçâmedes - A falta da ração (soja e milho) está a condicionar, nos últimos três meses, a produção de ovos na província do Namibe, segundo o Adriano Silva, proprietário de um dos maiores aviários de Moçãmedes, província do Namibe.

Em declarações à ANGOP, o empresário disse que a falta de soja e o milho tem condicionado a produção de ovos, produtos que são diariamente consumidos, em grandes quantidades, pelas galinhas poadeiras.

O aviário, erguido numa extensão de 17 hectares, conta com quatro naves, sendo três de galinhas poadeiras, com capacidade de produzir 21 mil ovos, tendo nesta altura uma redução de 14 mil ovos por dia.

“O país não está a produzir soja, nem milho suficientes, produtos que têm servido de ração para as galinhas poadeiras e nesta altura estamos a comprar a soja em Portugal e África do Sul, a um custo de  810 kwanzas o quilo”, asseverou.

Para o milho, Adriano Silva disse que o aviário compra localmente, na província da Huiíla, a 320 kwanzas o quilo, preço tido como alto, facto que permitiu reduzir nesta época do ano a produção de ovos.

A única nave de galinhas produz 20 mil galinhas “ frango”, tendo, nos últimos sete dias, o aviário, colocado no mercado informar local e de Luanda, 12 mil galinhas vivas a venda ao preço de três mil kwanzas.

“ Tivemos nos últimos dias que proceder a vendas destas galinhas, porque estavam a aumentar de peso. Quando isto acontece, elas comem muita ração e fomos obrigados a vende-las vivas para não termos outros gastos financeiros na compra da ração”, informou.

O responsável informou ainda que devido a baixa de produção de ovos, o produto está a penas a ser comercializado localmente no mercado informal, panificadoras, pastelarias e outros.

“ Nesta época da quadra festiva,  preferimos atender apenas o mercado do Namibe, onde há muita procura  de ovos. Todos os dias nunca temos stock de ovos. São 40 caixas que vão directamente aos mercados”, acrescentou.

O cartão de ovo está a ser comercializado  a 3 mil e 300 kwanzas cada , sendo que um ovo custa 110 kz.

O aviário, com 35 trabalhadores, teve um prazo de execução de dois anos e financiado pelo Banco BAI, alinhado com o financiamento do Aviso 10.

Para a segunda fase,  está em curso a construção do projecto de mais três naves, sendo  duas para galinhas poadeiras e a outra para galhinha frango.

Adriano Silva, bastante ambicioso, espera ainda apostar na terceira fase, com a construção de um matadouro, embalagem de frango e a implantação de incubadoras, sistema de iluminação eléctrica e outros equipamentos, caso tenha um financiamento na ordem um milhão de dólares norte americanos.FA/AC

 





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