Navio “Baia Farta” conclui primeira fase de testes

     Economia           
  • Luanda     Sábado, 10 Abril De 2021    18h56  
Navio Baia Farta (Foto ilustração)
Navio Baia Farta (Foto ilustração)
Angop

Luanda – O navio oceanográfico angolano de Investigação Científica “Baía Farta”, que chegou ao país em 2018, terminou a primeira fase de testes/provas do mar, decorrida de 1 a 8 deste mês, nas águas oceânicas nacionais e internacionais, para aferir a superação das inconformidades e avarias detectadas ao longo do percurso Roménia (país de origem)/Angola.

Conforme a secretária de Estado para as Pescas, Esperança Costa, que falava à imprensa, este sábado, em Luanda, durante uma visita ao navio, a conclusão da primeira fase dos testes resulta das negociações feitas entre a empresa construtora do navio (a Damen) e o Ministério da Agricultura e Pescas, em Maio de 2020.

Recordou que, segundo o acordo das partes, a Damen procederia a reparação das anomalias do navio angolano até Julho de 2020, mas que devido as restrições impostas pela Covid-19, que assola o país e mundo, se tornou difícil concretizar este objectivo.

Lembrou ainda que, naquela altura, as partes concordaram a prorrogação e ou extensão do período de garantia, que terminava em 2020, para Julho de 2021, tendo ficado acertado que a Damen começaria a reparação das avarias de oceanografia (área ambiental) do navio em Novembro de 2020.

Acto contínuo, prosseguiu, os técnicos da Damen terminaram, em Março último, a reparação das “não conformidades” do navio, resultando na conclusão da primeira fase dos testes, que foram acompanhados por uma equipa de especialistas angolanos do Instituto de Investigação Pesqueira (INIP), afecto ao Ministério da Agricultura e Pescas.

Esperança Costa fez saber que as inconformidades, ligadas fundamentalmente aos instrumentos de medida, que são necessários para estudar os recursos haliêuticos em termos oceanográficos e biologia pesqueira, “não inviabilizam a navegabilidade do navio”, facto confirmado na primeira fase dos testes.

Na ocasião, a directora-geral do Instituto de Investigação Pesqueira (INIP), Filomena Vaz Velho, afirmou que, após a conclusão dessa primeira etapa, a fase seguinte será a certificação de todas reparações feitas pela construtora do navio, a ser feita por especialistas em construção naval e sistemas de guincho.

Após essa fase, sublinhou, é que o Governo angolano aceitará as reparações feitas e receberá o navio. “Após a recepção do navio, Angola terá um período de garantia para reclamar ao fornecedor-construtor, caso haja novas anomalias”, avançou.

Segundo Filomena Vaz Velho, a parte mecânica do navio oceanográfico de Investigação Científica “Baía Farta”, entregue oficialmente ao Governo angolano em Julho de 2019, funciona em pleno, apresentando irregularidades na parte da oceanografia (área ambiental).

Destacou, entre várias vantagens, a melhoria do estudo da distribuição dos recursos pesqueiros e análise da evolução temporal dos índices de abundância de recursos estimados pelos cruzeiros como as mais-valias do navio de investigação.

Após a sua conclusão na Roménia, o navio angolano (Com 74 metros de comprimento)

foi testado, no mar negro, a uma profundidade de dois mil e 212 metros, bem como a mais de cinco mil metros de profundidade no Oceano Atlântico durante a sua vinda para Angola.

O “Baía Farta” dispõe de uma sala acústica, quatro laboratórios, um ginásio, camarotes duplos, cozinha, área de serviço com 15 monitores de comando e três computadores para o comando do Sonar (aparelho electrónico utilizado geralmente na navegação naval para medir a distância entre a superfície da água e o fundo marinho), cada um dos quais desenvolve trabalhos diferentes.





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