Negociações da Zona de Comércio Livre decorrem a bom ritmo

     Economia           
  • Luanda     Segunda, 05 Julho De 2021    18h41  
Secretário-geral da Zona de Comércio Africana, Wamkele Mene (Foto arquivo)
Secretário-geral da Zona de Comércio Africana, Wamkele Mene (Foto arquivo)
Pedro Parente

Luanda - O secretário-geral da Zona de Comércio Livre Continental Africana (ZCLCA), Wamkele Mene, afirmou, esta segunda-feira, em Luanda, que as negociações para a implementação desta zona decorrem a bom ritmo.

Segundo o responsável, que falava à imprensa no final de um encontro com o ministro da Indústria e Comércio, Víctor Fernandes, apesar dos avanços nas negociações, os países debatem-se, ainda, com temas politicamente sensíveis, relativos aos sectores dos automóveis, têxtil e da agricultura.

A Zona de Comércio Livre Continental Africana entrou em vigor em Janeiro do ano em curso. O acordo foi assinado em Março de 2018, por 54, dos 55 países membros da União Africana, e já foi ratificado por 39 Estados.

Por sua vez, o ministro Victor Fernandes fez saber que, no tocante às questões financeiras, a Zona de Comércio Livre conta com o apoio do Banco de Importação e Exportação Africano, que se tem constituído num fundo de maneio para as actividades de suporte da mesma.

Para as referidas transacções, apontou, foi criada uma plataforma de pagamentos pan-africana, com o apoio do referido banco, que está a ser testado em seis (6) países africanos, cujos nomes não mencionou.

Pretende-se com essa plataforma, diminuir os custos existentes nas transacções entre os países, tendo em conta que cada um tem a sua própria moeda.

“Os tais custos chegam a rondar cinco biliões de dólares. Porém, com a referida plataforma, as transacções comerciais terão diminuições de custos financeiros, ou seja, maximizarão lucros e diminuirão os custos aos operadores”, ressaltou.

Por outro lado, precisou que Angola vai adaptar-se à nova realidade, tendo em conta a dinâmica que uma zona impõe, com vantagem de chegar aos mercados que o país não consegue chegar hoje, por conta das barreiras existentes.

Com a adesão ao mercado continental de transacções comerciais, o país terá acesso a um mercado que vai passar de 30 milhões para 1.3 biliões de pessoas. 

Angola participa activamente nas negociações para a operacionalização do acordo e deverá, nos próximos dias, remeter à Comissão da União Africana a Proposta de Oferta Tarifária para a ZCLCA, sendo que, para o comércio de serviços, uma oferta básica também poderá ser remetida após a sua aprovação.

O acordo que cria a Zona de Comércio Livre Continental Africana (ZCLCA) foi assinado a 21 de Março de 2018, em Kigali (Rwanda), durante a 10.ª Cimeira Extraordinária de Chefes de Estado e de Governo da União Africana.

A maior parte dos estados africanos, membros da União Africana, rubricaram o referido acordo, incluindo Angola.





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