Obras das barragens do Ndúe e Calucuve em fase de compactação

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  • Cunene     Terça, 12 Dezembro De 2023    20h03  
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Obras de construção da barragem do Calucuve, na província do Cunene
Obras de construção da barragem do Calucuve, na província do Cunene
Luísa Henriques-ANGOP
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Obras de construção da barragem do Calucuve, na província do Cunene
Obras de construção da barragem do Calucuve, na província do Cunene
Luísa Henriques-ANGOP

Ondjiva – Os trabalhos de construção das barragens do Ndúe e Calucuve, dois dos cinco projectos estruturantes de combate aos efeitos da seca no sul de Angola, localizados no município do Cuvelai, província do Cunene, encontram-se na fase de compactação e elevação do ‘corpo da barragem’.

O facto foi anunciado esta terça-feira, no Cunene, pelo director do Instituto Nacional dos Recursos Hídricos (INRH), Narciso Ambrósio, à margem de uma visita de avaliação das respectivas empreitadas, tendo assegurado que os trabalhos registam uma dinâmica aceitável e correspondente ao cumprimento dos prazos estabelecidos.

Em declarações à ANGOP, destacou que as obras da barragem do Ndúe, com capacidade para armazenar 170 milhões de metros cúbicos de água, apresentam uma execução física de 40%, enquanto a financeira situa-se em 29%.

Já a barragem do Calucuve, com capacidade de 145 milhões de metros cúbicos de água, apresenta um avanço físico e financeiro na ordem dos 27%.

As obras foram consignadas, em finais de Outubro de 2021 e, até ao momento, foi concluída a escavação de todos órgãos hidráulicos, nomeadamente descarregadores de cheias, galeria de desvio, tomada de água, descarga de fundo e das cortinas de injecções, para garantir a impermeabilização das águas.

Segundo a fonte, nesta altura, nos dois projectos decorrem trabalhos de betonagem das zonas hidráulicas e compactação das zonas de enrocamento do corpo da barragem.

Narciso Ambrósio disse que, da apreciação técnica feita, os trabalhos dão  garantia de uma evolução positiva, depois dos constrangimentos registados nos meses de Agosto, Setembro e Outubro deste ano, devido à indisponibilidade do gasóleo que obrigou à redução do nível de execução das obras.

Com essa situação ultrapassada, explicou, o nível de execução física das referidas obras é satisfatório, prevendo-se o cumprimento dos prazos contratuais.

Referiu que foram acauteladas todas as condições para que as chuvas não impactem de forma negativa no ritmo das empreitadas, através da melhoria regular das vias de acesso e da criação de sistema de drenagem.

Explicou que a nível das duas obras foram instalados sistemas de drenagem, com a colocação de ensecadeiras, canais de escoamento, passagem hidráulica e outras  que permitem o desvio do fluxo de água para fora da área de influência do trabalho.

O director do INRH assegurou também a disponibilidade na cabimentação das facturas emitidas, lembrando que os projectos estão salvaguardados mediante  uma linha de financiamento, através de um acordo entre o financiador e o Ministério das Finanças.

Na ocasião, Narciso Ambrósio anunciou a construção de canais condutores associados às duas barragens para o primeiro trimestre de 2024.

Esclareceu que a barragem do Calucuve  terá um canal de  111 quilómetros e 44 chimpacas, no traçado Calucuve/Ondjiva, enquanto  que Ndúe terá uma extensão de 75 quilómetros, desde o ponto da barragem até à localidade de Embundo, no município do Cuanhama.

Para isso, recordou que, desde Novembro último, decorre a criação de condições preliminares para a instalação do estaleiro, o levantamento topográfico do trajecto dos respectivos canais e o arranque do processo de desminagem da zona de intervenção do trabalho, para além do levantamento geotécnico e geológico para a elaboração do projecto executivo no primeiro trimestre de 2024.

Calucuve e Ndúe garantem 245 milhões de metros cúbicos de água

Com a implementação desses projectos, espera-se o armazenamento total de 245 milhões de metros cúbicos de água para as necessidades das populações, gado e actividades agrícolas.

A construção da barragem do Ndué, liderada pela Synohidro Angola, tem um prazo de 30 meses, com um orçamento de cerca de 192 milhões de dólares norte-americanos.

Em construção na bacia hídrica do Cuvelai, Nduê é uma barragem de terra com 26 metros de altura, uma rede de canais adutores de 75 quilómetros e mais 15 chimpacas.

Enquanto isso, Calucuve tem 19 metros de altura e está associada a uma rede de canais, com uma extensão de 111 quilómetros e mais 44 chimpacas.

O orçamento desse projecto ronda os 177 milhões de dólares, tendo como empreiteiro o consórcio das empresas Omatapalo e MotaEngil, cujo prazo de execução da obra é de 20 meses.

As duas barragens e a construção de canais completam o conjunto de obras estruturantes de combate à seca, que começaram com o projecto de transferência de água a partir da região do Cafu para a área de Ondombodola e Namacunde.

A província do Cunene, concretamente nos municípios da Cahama e  Curoca, conta ainda com a execução dos projectos dos lotes 07, 08 e 09 da margem direita do rio Cunene. FI/LHE/QCB





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