País pode deixar de importar sal nos próximos anos

     Economia           
  • Benguela     Segunda, 19 Julho De 2021    19h02  
Produção de sal na Baía Farta
Produção de sal na Baía Farta
Frederico Herculano

Benguela – Com a entrada em funcionamento de três novas salinas, brevemente, e o fornecimento de energia eléctrica à Cidade do Sal, na província de Benguela, o país poderá deixar de importar esse produto, soube a ANGOP.

Essa afirmação é do director provincial da Agricultura e Pescas de Benguela, José Gomes, informando que existem no sector projectos de investimentos elevados, que vão permitir uma produção anual de 350 mil toneladas, fazendo com que o país deixe de importar sal.

Segundo o responsável, que falava à ANGOP, existe uma forte aposta do empresariado nacional em termos de investimentos e lembrou que em 2014 a produção em Benguela rondava as 35 mil toneladas por ano e em 2020 os níveis aumentaram para 110 mil toneladas.

José Gomes disse que a falta de energia da rede pública tem sido o principal problema dos salineiros, tendo em conta os elevados custos na aquisição dos combustíveis para os geradores, assunto que poderá ser ultrapassado brevemente, com a entrada em funcionamento da central térmica que está a ser montada no município piscatório da Baía Farta.

Entretanto, o presidente da Associação dos Produtores de Sal em Angola, Totas Garrido, mostra-se preocupado pela falta de clientes nesta época de pandemia, existindo actualmente em stock 20 mil toneladas por falta de consumo.

Segundo o responsável, Luanda é o maior centro consumidor e as medidas de restrição na movimentação das pessoas, bem como o fraco poder de compra das populações, estão a afectar o escoamento do sal para dentro e fora do país, com realce para a República Democrática do Congo.

Ainda assim, Totas Garrido fez saber que no primeiro semestre deste ano foram produzidas 60 mil toneladas de sal.

Quanto à qualidade, o responsável assegurou que está aprovada, porque é marinho e todas propriedades químicas da água do mar estão presentes na produção do sal.

No que tange a ligação de energia eléctrica à Cidade do Sal, referiu que o governo está a acautelar a situação para que até final deste ano o problema esteja resolvido.

Angola necessita de 250 mil toneladas de sal por ano para satifazer as suas necessidades de consumo.





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