País quer aumento do investimento directo estrangeiro de França

     Economia           
  • Luanda     Terça, 16 Maio De 2023    17h04  
Pormenor da Zona Económica Especial (ZEE) Luanda-Bengo(Foto ilustração)
Pormenor da Zona Económica Especial (ZEE) Luanda-Bengo(Foto ilustração)
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Luanda - Angola pode obter mais investimento directo estrangeiro dos países avançados, como França, para diversificar a sua carteira de investimento, disse o ministro da Economia e Planeamento, Mário Caetano João.

Falando à margem de um encontro de trabalho com a Missão Diplomática de Angola em França, sublinhou que ser necessário existir uma abordagem específica sobre diplomacia económica para cada país.

"Não podemos ter uma abordagem única de diplomacia económica para todos os países. Por exemplo, dos países avançados, que é o caso da França, a mais curto prazo, nós podemos obter investimento directo estrangeiro, pois existem homens de negócios, com algum capital acumulado, e que estão à procura de diversificar a sua carteira de investimento”, disse.

Reforçou ser importante ter a capacidade de atrair esse investimento, “principalmente se já estiver em África. É mais fácil trocar um país africano por outro”.

O ministro considera ser importante olhar para o comércio externo, por ser mais difícil exportar para os países avançados, por causa do grau da sofisticação que se exige dos produtos.

“Então, também, a curto prazo, devemos olhar para os países fronteiriços, àqueles onde já começamos a exportar, como é o caso da República do Congo e República Democrática do Congo. Também devemos olhar para Zâmbia e outros países”, acrescentou.

O governante apontou como terceira abordagem a venda aos países avançados de produtos, onde Angola tem vantagens comparativas.

" Podemos vender Angola como destino turístico, pois no período de frio, muitos procuram geografias mais quentes e Angola tem 9 meses de calor. Podemos também vender produtos que a França não produz como são as frutas tropicais, café, cacau, mandioca, gindungo e outras especiarias", asseverou.

A embaixadora de Angola em França, Guilhermina Prata, considera que o Presidente da República já fez o trabalho de abrir portas ao mais alto nível, com as visitas recíprocas oficiais dos dois Chefes de Estado, agora "cabe-nos dar seguimento a esse trabalho e fazer acontecer".

O encontro de trabalho com a Missão Diplomática de Angola e França serviu para promoção de negócios e captação de investimento estrangeiro directo na sétima economia do mundo e a segunda da Europa.

A reunião teve por objectivo alinhar as actuações da Embaixada de Angola e do Ministério da Economia e Planeamento para a promoção de negócios e captação de investimento estrangeiro directo.

 Angola e França

Os dados disponíveis apontam que o volume de comércio e bens transaccionados, no período 2020/2022, entre Angola e França, ronda os quatro mil milhões de dólares, com maior valor para o país da África Austral.

Do referido valor, 2,9 mil milhões de dólares constituem exportações de Angola para França e 1,1 mil milhões, de França para Angola.

Angola e França estabeleceram relações diplomáticas a 17 de Fevereiro de 1976. A cooperação entre os dois países conheceu novos desenvolvimentos depois da visita oficial do Presidente João Lourenço a França, a 28 de Maio de 2018.

No quadro da cooperação bilateral, mais de 70 empresas francesas operam em Angola. 

As exportações de petróleo de Angola para França rondam os 400 milhões de dólares norte-americanos.

A França pretende alterar e aprofundar as relações comerciais com Angola, no âmbito da diversificação económica em curso no país, depois de em Março o Presidente francês, Emmanuel Macron, ter visitado Angola.HEM/AC





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