Luanda - O secretário de Estado para o Planeamento, Milton Reis, considerou fundamental a parceria com os Emirados Árabes Unidos, pelo facto de o investimento directo estrangeiro ser um mecanismo decisivo para o crescimento diversificado, na medida em que contribui para desenvolvimento do sector não petrolífero.
Falando na abertura do Networking da Câmara de Comércio e Indústria de Angola- Emirados Árabes Unidos, considerou os Emirados Árabes Unidos um parceiro de elevado potencial nos sectores do Turismo e Indústria Transformadora.
Destacou que o investimento privado e, particularmente, o investimento directo estrangeiro para Angola é um mecanismo crucial para o crescimento diversificado, que contribui para desenvolvimento do sector não petrolífero, aumento da competitividade externa, aumento e diversificação das receitas fiscais e substituição das importações.
O investimento directo estrangeiro, acrescentou o secretário de Estado, aumenta, igualmente, o fluxo de divisas no país e impacta positivamente na produtividade por meio de maior acesso à inovação e à tecnologia.
Por outro lado, referiu que a procura de assistência financeira via empréstimos directos, fundos de investimento, acordos comerciais é uma prioridade do Governo angolano, como fontes de capital que impulsionem a presença do sector privado na economia nacional.
Milton Reis realçou que a promoção de um mercado de capitais activo assume-se como importante, permitindo aos fundos de pensões, seguradoras e outros agentes financeiros, financiarem, de forma directa, o sector empresarial privado.
Em relação à atribuição de benefícios fiscais para investidores, referiu que o artigo 28º, da Lei do Investimento Privado prevê os sectores considerados prioritários, com potencial de substituição de importações, fomento e diversificação da produção nacional e das exportações.
Salientou que o Governo de Angola tem disponível, para potenciais investidores, um conjunto de instrumentos para alavancar o sector privado, como é o caso da recente revisão e publicação da Lei do Investimento Privado (Lei 10/21), do Programa de Privatizações (Propriv) e o Programa de Apoio à Produção, Diversificação das Exportações e Substituição das Importações (Prodesi).
“A nova lei prevê um regime contratual com a possibilidade de negociação de incentivos, facilidades e demais direitos aos investidores, sobretudo para os projectos estruturantes, com impacto económico e social relevante”, frisou.
Por sua vez, o presidente da Câmara de Comércio e Indústria de Angola - Emirados Árabes Unidos, Bráulio Mohammed Sanda Martins, defendeu a necessidade de maior aproximação entre os empresários dos dois países.
Apelou a uma maior participação dos empresários angolanos na 10ª edição do encontro anual de investidores a ser realizado de 29 a 31 de Março, no Dubai, onde deverão acontecer diferentes encontros, conferências, seminários e outros eventos para oportunidades de negócios e parcerias.
Bráulio Mohammed Sanda Martins assegurou que Câmara de Comércio e Indústria Angola – EAU vai continuar a trabalhar com os empresários na materialização das parcerias e negócios.
Intervindo no fórum, o embaixador dos Emirados Árabes Unidos em Angola (EAU), Khalid Ali Almheiri, disse que encontros dessa natureza permitem reforçar os laços económicos entre os dois países.
“Os Emirados Árabes Unidos esperam que um grande número de empresas angolanas possam apresentar projectos e trocar experiências com os empresários do seu país no encontro anual”, afirmou.
Reiterou a disponibilidade para fortificar as relações económicas entre os Emirados Árabes Unidos e Angola.
As trocas comerciais entre os dois países andam à volta de 1,6 mil milhões de dólares, dos quais cerca de 800 milhões de dólares em diamantes.
