Peixeiras no Soyo clamam por melhores condições

     Economia           
  • Zaire     Quarta, 27 Março De 2024    16h25  
Peixeiras e armadores de pesca artesanal no Soyo clamam por melhores condições
Peixeiras e armadores de pesca artesanal no Soyo clamam por melhores condições
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Soyo - Algumas peixeiras da cidade do Soyo, província do Zaire, solicitaram, esta quarta-feira, a criação de um espaço com as condições de higiene e segurança adequadas para a comercialização do pescado.

Ouvidas pela ANGOP, afirmaram que a falta de um espaço específico cria constrangimentos para o exercício da sua actividade feita nas margens do rio Zaire.

Luísa Adriana, há quatro anos como peixeira, queixou-se da falta de um local fixo para a venda do pescado, frisando que o pouco que obtém como lucro o reparta com o dono do terreno onde arrenda.

Celestina Miguel Fernanda, encontrada a comercializar o peixe num dos quintais da baixa da cidade do Soyo, junto ao canal fluvial lamentou, também, a falta de um espaço específico para a venda do peixe, pelo que pediu às autoridades municipais para inverter esse quadro.

“Estou neste espaço com as minhas colegas há seis anos, onde pagamos quatro mil kwanzas por cada remessa de peixe. Quase que não lucramos nada”, deplorou.

Defendeu a criação de um mercado junto do canal fluvial, com as condições de higiene e conservação do peixe, para poderem exercer condignamente a sua actividade e oferecer produto de qualidade aos clientes.

Quem também se pronunciou sobre a problemática da falta de condições para a comercialização do pescado é o armador Nsimba Pedro, sócio de uma associação de pescadores artesanais locais.

Para ele, o local onde as embarcações atracam para descarregar o peixe carece de um cais, atribuindo, por isso, a responsabilidade à Capitania do Porto do Soyo, na criação de estruturas apropriadas.

“Pagamos as taxas fiscais à Capitania do Porto do Soyo, por isso, exigimos que nos criem também condições para melhor exercermos a nossa profissão”, asseverou.

O movimento de clientes à procura de pescado nas margens do rio Zaire, na baixa da cidade do Soyo, onde muitas embarcações atracam para descarregar o produto é bastante intenso, a partir das primeiras horas da manhã.

No local pode-se observar a presença de oficiais da Capitania do Porto do Soyo, para fiscalizar e tributar a actividade dos armadores artesanais.

A corvina, o cachucho, o bacalhau, o peixe-espada, os mariscos, com destaque à lagosta são as espécies mais capturadas pelos pescadores artesanais na costa marítima do Soyo.

Sector das Pescas exige organização das peixeiras

Contactado pela ANGOP, para reagir às reclamações das peixeiras, o director municipal da Agricultura e Pescas, Agostinho Seque, aconselhou-as a organizarem-se em associações ou cooperativas, para que as suas reivindicações tenham cunho jurídico.

Disse que o sector a nível do Soyo controla apenas uma associação de peixeiras, composta por 15 membros, pelo que considerou impossível atender às necessidades individuais daquelas que exercem a actividade de forma dispersa.

Quanto aos locais de atracagem de embarcações artesanais para a descarga do pescado, o responsável disse haver três locais nas margens do rio Zaire credenciados para o efeito, nomeadamente os portos Manuel António, Ntona Coba e da Pesca Artesanal.

O sector da Agricultura e Pescas do Soyo controla 39 cooperativas de pesca artesanal credenciadas, de acordo com a fonte, que reconheceu haver armadores que continuam a exercer a actividade de forma ilegal, dada a extensa costa marítima e fluvial da localidade que torna difícil a sua plena fiscalização. PMV/JL

 

 

 





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