Porto do Lobito aguarda concessão de terminais, diz PCA

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  • Benguela     Quinta, 27 Abril De 2023    11h02  
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PCA do Porto do Lobito, Celso Rosas
PCA do Porto do Lobito, Celso Rosas
Nelson Malamba
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Porto do Lobito
Porto do Lobito
Cedida

Benguela – O Presidente do Conselho de Administração do Porto do Lobito, Celso Rosas, destacou que a empresa aguarda com expectativa a transição para o novo modelo de gestão de “porto senhorio”, com a concessão dos terminais a operadores privados.

Com o novo modelo, o Porto do Lobito vai deixar de funcionar, nos próximos anos, como operador de manuseamento de carga e descarga de contentores, para assumir apenas o papel de fiscalizador e regulador das actividades marítimas e portuárias.

Em causa está o Concurso Internacional para a concessão da exploração do terminal Polivalente, que agrega o de contentores e o de carga geral, incluindo o minaraleiro.

Apesar de ter sido lançado em Maio de 2021, este concurso ainda não produziu resultados concretos, uma vez que as propostas apresentadas pelas empresas interssadas não satisfaziam o interesse público.

Com base nisso, Celso Rosas diz que os trabalhadores estão bastante motivados e preparam-se para este período de transição em que o porto vai coabitar com novos operadores futuramente, face aos concursos levados a cabo para a concessão de alguns terminais.

O PCA do Porto do Lobito falava à imprensa no final de uma visita efectuada quarta-feira pelo administrador do Instituto de Gestão de Activos e Participações do Estado (IGAPE) para o sector Empresarial Público (SEP), Raimundo Santa Rosa, para o estreitamento do alinhamento técnico entre as duas instituições.

Na ocasião, deu a entender que a concessão dos terminais a operadores internacionais com reconhecida experiência na gestão portuária constitui um dos principais objectivos do Estado, para maximizar a rentabilização do Porto do Lobito face aos desafios futuros.

Neste momento, segundo o responsável, em termos de operacionalidade, o movimento de carga e descarga de mercadorias decorre normalmente, pois o porto está a receber navios regularmente.

Quanto à visita do IGAPE, assumiu que foi um encontro de trabalho para o estreitamento das relações com aquele órgão do Ministério das Finanças, que acompanha e controla o desempenho das empresas do sector empresarial público.

“Conseguimos ver por parte da direcção do IGAPE uma postura verdadeiramente responsável no que tange ao acompanhamento das nossas actividades e um certo aconselhamento para melhor intervirmos”, anotou.

Sem especificar as dificuldades da empresa, o gestor vê no IGAPE um interlocutor válido para poder levar junto dos ministérios das Finanças e dos Transportes algumas das preocupações decorrentes da funcionalidade de um porto, com vista à sua solução.

Historial do Porto do Lobito

O Porto está localizado na Baía que é separada do Oceano Atlântico pela Restinga do Lobito, sendo o maior porto do centro do país.

A história do Porto do Lobito remonta ao ano de 1903, altura da construção do Caminho de Ferro de Benguela e, simultaneamente, da cidade do Lobito, mas as operações só tiveram início em Março de 1928 com a atracação do primeiro navio.

Em 1973, antes da independência, atingiu o pico em termos de carga movimentada, com mais de três milhões de toneladas, sobretudo de cereais, minério e pasta celulose, das quais 50% em trânsito.

Pela sua localização, o Porto do Lobito é um ponto importante no desenvolvimento da economia das regiões Centro e Sul de Angola. 

Além disso, é um porto de trânsito que, através do Caminho de Ferro de Benguela, permite a ligação a países sem acesso ao mar, como a República Democrática do Congo e a Zâmbia, actualmente com o objectivo principal de exportar minérios, estando previsto no futuro um aumento significativo de transporte e exportação de bens agrícolas, alimentares e industriais. JH/CRB





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