Produção de mobiliário incentiva jovens empreendedores Cuando Cubango

     Economia           
  • Cuando Cubango     Quinta, 22 Fevereiro De 2024    11h53  

Menongue - O fabrico de móveis por jovens da província do Cuando Cubango cresceu significativamente, sobretudo depois de a maioria beneficiar de kits do Plano de Acção para Promoção da Empregabilidade (PAPE).

Isso tem proporcionado a melhoria de condições de vida desta franja e o aumento de emprego.

Numa ronda efectuada pela ANGOP em marcenarias e carpintarias de Menongue, foi possível constatar-se que os jovens garantem toda cadeia de produção, desde a obtenção e limpeza da madeira bem como a fabricação dos móveis.

Os mais fabricados e solicitados são as cadeiras, camas, armários, carteiras, secretárias, mesas, portas, janelas e guarda fatos. 

Carlos Nsoki, de 42 anos de idade, proprietário de uma carpintaria, disse que, anteriormente, as pessoas adquiriam  mobiliários nos países vizinhos, mas, com a crise financeira, cresceu a procura por móveis fabricados na região.

Com início da actividade em 2010, na província do Huambo, em 2010, Carlos Nsoki garante que os móveis fabricados localmente têm qualidade e durabilidade, devido à madeira empregada.

Referiu ainda ser possível atingir altos padrões de qualidade  internacionais com mais incentivos.

O Mestre, como é chamado, tem como sonho abrir um espaço maior, com mais apoios, para poder empregar mais pessoas, contribuindo assim na redução das importações bem como na redução da taxa de desemprego na província.

Pedro Camenhe, também proprietário de uma das carpintarias e marcenaria mais procuradas em Menongue, explicou que  começou a actividade em 1996, na República da Zâmbia, e chegou à província em 2010.

Diz mesmo que a produção de mobília nacional substituiu as importações que dominavam o mercado, provenientes da República da  Namíbia, Emirados Árabes Unidos  e República da China.

Com 15 funcionários, número que pretende aumentar para 25, Pedro Camenhe revelou que a actividade é impulsionada pela exploração da madeira, algo que, no Cuando Cubango, é feita com base nos princípios do respeito pelo ambiente.

Disse trabalharem com dois tipos de madeira “Mossivi e Girassonde, tendo considerado a primeira a mais apropriada para portas, janelas, camas, armários, carteiras, por causa da sua durabilidade.

Quanto aos preços, o responsável diz ser razoável, ajustado ao mercado.

Apontou como uma das principais apostas melhorar cada vez mais a qualidade dos produtos, dar formação aos colaboradores, para que se consolidem e ajudem a conquistar o mercado.

Contou ainda ter dificuldades no acesso ao crédito bancário, que o ajudaria a rentabilizar o negócio.

Mulheres que exercem a mesma actividade na província 

Célia Intumba trabalha na área de carpintaria desde 2015.

Em dois anos, tornou-se numa referência para muitas mulheres. Hoje, na sua carpintaria, produz materiais para decoração, prateleira para lojas, balcões entre outras.

De acordo com Célia Intumba, é importante que o governo elabore projectos, em parceria com as instituições bancárias, para a concessão de créditos para um maior apoio às mulheres.

Noutra parte, pediu a reabilitação das vias secundárias e terciárias, para facilitar a expansão do negócio em outras localidades da província.

Por seu turno, Raquel Sapalo, de 28 anos,  exerce a actividade desde 2021, ensinada pelo tio.

Formada em Contabilidade e Gestão pelo Instituto Médio de Administração e Gestão de Menongue, revelou que teve de aprender a profissão de marceneira depois de concluir o ensino médio e não ter conseguido um emprego na área em que se formou.

Durante estes anos, a jovem aperfeiçoou a profissão e hoje é bastante solicitada.

Com o dinheiro, avançou, consegue sustentar a sua família, tendo como sonho aperfeiçoar a actividade e futuramente aumentar o número de produção.

A mesma mostra-se orgulhosa pelo seu trabalho e destaca que  pretende com isso dar o seu contributo para o desenvolvimento do país no que concerne à produção nacional.

“Estou pronta para atender ao chamado do país, ali onde as minhas habilidades encontrarem espaço”, diz a jovem.

PAPE promove emprego

O chefe dos serviços provinciais do INEFOP, Xavier Chicuata, disse que, no âmbito do Plano de Acção para a Promoção da Empregabilidade (PAPE), foram distribuídos desde 2019 um total de 102 kits de carpintaria, o que gerou 336 postos de trabalho.

Referiu que o centro de formação profissional vai continuar a monitorar e acompanhar os empreendedores, ajudando na resolução das necessidades.

Explicou que, uma das acções das autoridades, neste domínio, tem a ver com o reforço da educação financeira, de modo a que esta franja seja capaz de gerir melhor os seus recursos.

Luís Kangala, de 31 anos, é proprietário de uma carpintaria no bairro Tchivonde, arredores da cidade de Menongue. É um dos beneficiários do kit de carpintaria em 2021, depois de concluir a formação no INEFOP.

Por esta altura, já conseguiu empregar mais três jovens, além de outros três que estão a aprender a profissão.

Adiantou que os preços variam, sendo que uma cama casal pode custar 70 a 100 mil kwanzas, a mesa a 180 ou 350 mil.

Por outro lado, reprovou a atitude de alguns jovens beneficiários dos kits do PAPE, que depois de os receber optam por vendê-los.

Destacou a importância da profissão, lamentando o facto de muitos jovens apostarem apenas na formação académica, descurando a técnico-profissional, sendo esta uma qualificação que os permita enfrentar melhor o mercado de emprego.

Actualmente, o Gabinete Provincial para o Desenvolvimento Económico e Integrado no Cuando Cubango controla 12 serralharias e 13 carpintarias.LMZ/FF/PLB





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