Projecto “Envolver” chega a empresários huilanos

     Economia           
  • Huíla     Terça, 19 Março De 2024    17h34  
Indústria moageira Soronel, na Huíla
Indústria moageira Soronel, na Huíla
Morais Silva - ANGOP

Lubango – Jovens, estudantes e empresários de micro, pequenas e médias empresas da província da Huíla foram hoje, terça-feira, no Lubango, instados a preparar propostas de negócio, para beneficiarem do auxílio económico do Projecto de Apoio no Acesso a Financiamento, denominado "Envolver".

O projecto Envolver, financiado pela União Europeia, é desenvolvido pelo Instituto Nacional de Apoio às Micro, Pequenas e Médias Empresas (INAPEM), o IAPMEI- Agência para a Competitividade e Inovação, I.P e o Instituto Politécnico de Setúbal, estas duas últimas de Portugal.

Existe há três anos e tem a previsão de ser finalizado em Janeiro de 2025, com possibilidade de expansão, englobando inicialmente as províncias de Luanda, do Huambo, de Benguela e da Huíla.

Ao falar num encontro de apresentação do projecto, o seu coordenador, Nuno Teixeira, afirmou que a ideia é contribuir para o crescimento e diversificação da economia de Angola, levando as micro, pequenas e médias empresas a terem maior facilidade no financiamento.

Destacou ser um desafio "grande", principalmente para as micro e pequenas empresas por serem segmentos que abarcam muita desconfiança, por parte dos financiadores, pelo que auguram que os jovens da Huíla se interessem e participem da iniciativa.

“Optamos por fornecer ferramentas, instrumentos de trabalho que aproximasse o sector financeiro, o público e o privado, desde a elaboração de planos de negócios, estudos de viabilidades, análises de risco sobre as empresas ao controlo financeiro dos projectos, tudo devidamente ajustado à realidade de Angola”, manifestou.

Nuno Teixeira referiu que estão a convidar agora incubadoras e empresas de consultoria a candidataram-se para que possam reunir entidades que vão ser certificadas, para posteriormente, cada uma, poder ter projectos para acompanhar.

Declarou que a ideia é não terem muitos projectos no início, mas nos primeiros meses criar capacidade de testar e ver se vai funcionar e, a partir do segundo semestre, alargar a possibilidade de apresentar uma candidatura com o projecto testado e disponibilizar um pacote financeiro de grande dimensão.

Avançou que lançam o concurso em Abril próximo para ter as incubadoras e aceleradoras, bem como as empresas de consultoria para poderem candidatar-se a acompanhar os projectos e em Maio, abrir as portas às iniciativas para serem seguidas.

Reforçou bastar ser um projecto em qualquer ramo de actividade que contribua para criar riquezas e empregos pode candidatar-se para ser acompanhamento.

“A ideia é definir que este projecto-piloto traga credibilidade a solução que vai ser trabalhada, para que os parceiros financeiros credibilizar e apoiem. Queremos ter a certeza que os projectos que vão trabalhar connosco, quando forem para financiamento, sejam atendidos”, continuou.

Alertou que o projecto não vai dar dinheiro aos empresários, mas financiar os serviços necessários para o projecto ser implementado, como de incubação, montagem de escritórios, consultoria, identificação de parceiros, entre outros mecanismos que dão qualidade aos projectos para que possam ser aceites nos parceiros financeiros necessários.

O projecto, segundo o responsável, iniciou com acções de capacitação, destes técnicos do INAPEM, banca, unidades judiciárias, empreendedores, entre outros, nas áreas de negócios e finanças para aumento da literacia sobre o funcionamento dos negócios e como usar o dinheiro, na qual mais três mil já pessoas já foram formadas.

Já o administrador da Agência para a Competitividade e Inovação, I.P., Nuno Gonçalves disse que podem fazer muita coisa se colaborarem uns com os outros, num mundo competitivo, a crescer diariamente.

Por sua vez, a directora do INAPEM na Huíla, Julieta de Oliveira referiu que o projecto é um indicador para apoiar a classe empresarial, local, pois trás consigo a componente formativa e de financiamento, no entanto estão a olhar para a iniciativa para poder financiar, dinamizar e fortalecer as micro, pequenas e médias empresas locais.

Destacou ser um projecto que visa estabelecer uma colaboração entre as duas instituições no domínio da qualificação, da promoção, investimento inovador, partilha de boas práticas, olhando para os instrumentos financeiros para os empreendedores, no desenvolvimento das acções que potenciam o investimento empresarial.

O INAPEM na Huíla controla mil 477, das quais mil 277 são micros, 127 são pequenas e 88 são médias. Do global, perto de cem já foram financiadas no quadro do Programa de Apoio ao Crédito, dentro do Programa de Apoio à Produção, Diversificação das Exportações e Substituição das Importações (PRODESI).

A Huíla é a terceira província a ser apresentado o projecto, depois de Luanda e Benguela. Participaram do encontro estudantes de diversas instituições de ensino superior, empresários locais, associações,  cooperativas, entre outros.  EM/MS





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