Cachiungo - O secretário de Estado para as Florestas, André Moda, considerou, esta terça-feira, satisfatório o progresso que se regista no repovoamento do polígono florestal da aldeia do Sanguengue, município do Cachiungo, província do Huambo.
O polígono florestal do Sanguengue, localizado nos arredores da Missão Católica da Vavayela, a 20 quilómetros do centro da sede municipal do Cachiungo, possui uma extensão de mais de 19 mil hectares.
A área, constituída a partir de 1950, foi, até 2017, devastada parte dos hectares da sua extensão, com abate indiscriminado de árvores, por indivíduos não identificados para exploração de madeira e fabrico de carvão.
O responsável fez esta consideração em declarações à imprensa, no final da visita de constatação e avaliação dos projectos de repovoamento do polígono, que estão a ser desenvolvidos pela empresa Estrela de Floresta e Caixa Social das Forças Armadas Angolanas (FAA), autorizadas, desde 2017 e 2022, respectivamente, para a exploração racional e repovoamento do espaço.
A Caixa Social das FAA ocupa uma área de 12 mil e 400 hectares, enquanto a Estrela da Floresta actua num espaço de mil, com o objectivo de explorar e repovoar, de forma gradual, o polígono florestal do Sanguengue que, no passado, era constituído maioritariamente por árvores de eucalipto e pinheiro.
Para o efeito, de Novembro de 2022 a Fevereiro do ano em curso, as mesmas efectuaram a plantação de várias mudas de eucalipto e pinheiro, numa área de 80 hectares.
As mesmas estão a desenvolver, igualmente, no local, projectos sociais para o melhoramento das condições de vida dos habitantes das comunidades arredores.
Na ocasião, o secretário de Estado para as Florestas disse serem bastante positivos os resultados alcançados pelo trabalho que estão a ser desenvolvidos na recuperação do polígono florestal do Sanguengue.
“As acções, que contam com a colaboração das autoridades tradicionais e da administração municipal do Cachiungo, representam exemplos positivos, sobretudo as desenvolvidas pela Caixa Social das FAA, cujos resultados ultrapassam as expectativas das metas inicialmente projectadas e, para o efeito, deverão ser replicadas nas outras regiões similares do país”, sublinhou.
Entretanto, apelou, na ocasião, às autoridades tradicionais e à população em geral a evitarem queimadas indiscriminadas no polígono florestal, com vista a se prevenir o meio ambiente no município do Cachiungo e na província do Huambo, de forma geral.
Por outro lado, o secretário de Estado mostrou-se indignado com a devastação que se regista no polígono florestal da comuna do Cuima, município da Caála, com uma área de 18 mil hectares, onde, maior parte das árvores foram exterminadas com a exploração ilegal de madeira, por estrangeiros e a população local.
Segundo o responsável, que visitou o local, e que na sua visão já foi um exemplo positivo, apresenta um estado de degradação bastante avançado, na ordem de 43 por cento da sua área total.
Fez saber que, para inverter a situação crítica da localidade, o Ministério da Agricultura e Florestas vai apostar em investidores mais comprometidos e sérios para a recuperação e o repovoamento adequado do polígono, no sentido de se preservar o meio ambiente, assim como impor uma exploração racional e sustentável.
Projectos sociais da Caixa Social das FAA
O responsável do projecto de exploração florestal da Caixa Social das FAA, Duarte Gomes, fez saber, na oportunidade, que a instituição vai construir, ainda este ano, no município do Cachiungo, no quadro das suas responsabilidades sociais, postos de saúde, requalificação de estradas secundárias, para além de incentivar o fomento da agricultura sustentável e a apicultura mais consistentes, sem recurso ao fogo para o aproveitamento do mel.
Informou que o programa, que contempla ainda projecto de serralharia, agro-florestais e o incentivo das práticas de pequenos negócios do mel, com vista a promover a empregabilidade, visa beneficiar as comunidades das localidades arredores do polígono florestal do Sanguengue.
O secretário de Estado para as Floresta, André Moda, que cumpriu uma jornada de trabalho de dois dias na província do Huambo, orientou, ainda nesta cidade, o acto central das comemorações do Dia Internacional da Árvore, que hoje (21 de Março) se assinala, marcado com a plantação de mil mudas de casuarinas. LT/VKY/PPA
